Economia

Ásia continuará liderando expansão mundial, afirma FMI

FMI reduz para 5,4% projeção de crescimento da Ásia este ano, mas mantém a região como motor da economia mundial


	Os presidentes da China, Hu Jintao, e dos EUA, Barack Obama: se a crise se agravar, a China tem espaço para estímulos fiscais, afirma FMI. EUA têm adotado estímulos monetários criticados pelo Brasil
 (Jim Watson/AFP)

Os presidentes da China, Hu Jintao, e dos EUA, Barack Obama: se a crise se agravar, a China tem espaço para estímulos fiscais, afirma FMI. EUA têm adotado estímulos monetários criticados pelo Brasil (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2012 às 13h50.

Tóquio - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu, nesta sexta-feira, as estimativas para o crescimento na Ásia, mas disse que a região irá continuar sendo uma potência da economia mundial e citou que a China provavelmente vai evitar um pouso brusco (hard landing). "O crescimento é projetado para avançar muito gradualmente, e a Ásia deverá permanecer o líder do crescimento global, tendo expansão mais de dois pontos porcentuais mais rápida do que a média mundial no próximo ano", disse o FMI, em uma atualização das perspectivas regionais.

"A China não está tendo um pouso brusco", disse o diretor do FMI para a região da Ásia-Pacífico, Anoop Singh, durante entrevista coletiva na reunião do FMI, em Tóquio. "A demanda doméstica chinesa permanece bastante forte e robusta". Mas, se choques da Europa ou dos EUA deflagrarem severa desaceleração global, isso arrastaria de forma "poderosa" grande parte das economias abertas na Ásia, pela via do comércio, citou o relatório.

Enquanto os países asiáticos têm sido resistentes aos reflexos nos mercados financeiros, resgates agressivos por bancos europeus e fuga de capital poderiam causar interrupção severa, particularmente nas economias do Leste e Sudeste asiático que não a China, segundo o documento.

O FMI projeta agora que a economia da Ásia vai crescer 5,4% neste ano, ou 0,6 ponto porcentual menos do que indicava a projeção do Fundo em abril. A nova previsão para 2013 é de crescimento de 5,9%, 0,7 pp abaixo da estimativa feita em abril. O fundo agora vê probabilidade de um em sete de o crescimento asiático cair abaixo de 4% em 2013, um nível visto pela última vez durante a crise financeira global.

Compromisso

Os riscos à visão central - que assume que as tensões na zona do euro diminuam gradualmente e os legisladores dos EUA evitem um aperto fiscal severo - permanecem substanciais, segundo o FMI. No entanto, o Fundo diz que o crescimento poderia ser mais forte que o esperado se os representantes europeus e norte-americanos realizarem o que se comprometeram.

O posicionamento monetário na Ásia fornece uma segurança apropriada contra riscos negativos, citou o FMI. Os banqueiros centrais têm espaço para cortar juros se um declínio global severo se materializar, embora uma alta repentina nos preços de alimentos e petróleo poderia limitar este espaço.

Singh disse que, no caso de um choque, a China tem mais espaço para utilizar estímulo fiscal, em oposição à estímulo monetário. Maior ênfase em medidas fiscais é a direção geral na qual a China está se movendo, e o FMI concorda com este mix de política, acrescentou.

O Banco do Japão, mencionou ele, tem mais espaço para relaxar a política monetária para atingir a meta de 1% de inflação, disse o Fundo. "Há espaço em termos de permitir alguns tipos de ativos que o Banco do Japão pode comprar", disse Jerald Schiff, vice-diretor do FMI para o Departamento da Ásia Pacífico. "Uma saída da deflação, de forma duradoura, provavelmente precisará de uma abordagem mais ampla que inclua acomodação monetária, mas também reformas estruturais para ter expansão do crescimento" As informações são da Dow Jones.

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