Arroz puxou alta do IPC na 1ª quadrissemana de outubro
"Fora Alimentação, os demais estão em alta moderada", afirmou Rafael Costa Lima, coordenador do índice
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2012 às 15h03.
São Paulo - A Fipe detectou na primeira quadrissemana de outubro inflação disseminada entre os vários grupos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), mas o aumento de Alimentação é o que mais chama a atenção, segundo a avaliação do coordenador do índice, Rafael Costa Lima. "Fora Alimentação, os demais estão em alta moderada", afirmou Costa Lima. Enquanto o índice passou de 0,55% para 0,68% entre o fechamento de setembro e a primeira apuração de outubro, o grupo Alimentação acelerou de 1,74% para 2,05%. "Nesta primeira quadrissemana, tivemos uma explosão de preços industrializados nos derivados de carne", alertou.
O coordenador afirmou que o grupo continua acusando o golpe da disparada dos preços das commodities no início do segundo semestre. Dentro de Alimentação, o subgrupo Industrializados, que é o de maior peso naquela classe de despesa, subiu de 1,51% para 1,85%, puxado por derivados de carne (de 4,77% para 6,91%), por sua vez pressionados pelos preços da linguiça (10,28%). "Tudo por causa do milho, o principal componente da ração", comentou.
Entre os Semielaborados (4,99%), as carnes bovinas aceleraram em ritmo mais comedido (4,43% para 4,57%) e entre os cereais a alta do arroz (10,28%) continua em destaque. "É a principal alta do IPC em termos ponderados", revelou Costa Lima. O arroz liderou o ranking dos itens que mais contribuíram com a inflação no período, respondendo por 10,55% do IPC de 0,68%.
Os in natura "continuam ajudando do grupo", disse Costa Lima, ainda que tenham reduzido a deflação de 0,60% para 0,53%, em razão do avanço de Frutas (3,29% para 3,76%). Em contrapartida, Legumes ampliaram a queda (-12,07% para 12,17%) e Tubérculos subiram menos (18,25% para 14,96%). O grupo Alimentação Fora do Domicílio (-0,62% para -0,09%) continua bem comportado, mas também recua com menos força, uma vez que o aumento de 1,19% em Refeição está reduzindo o efeito benigno da queda nos preços de Lanche (-5,14%).
Diante da surpresa com Alimentação na primeira quadrissemana, o coordenador elevou sua expectativa para o grupo no fechamento de outubro de 1,51% para 1,89%, e também para o IPC, de 0,60% para 0,69%.