Casa Rosada, em Buenos Aires: os resultados da cúpula devem ser divulgados na próxima terça-feira (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
San Juan - Começa amanhã (2) na cidade de San Juan, no Oeste da Argentina, a 39ª Cúpula do Mercosul, que reunirá os presidentes dos quatro países que integram o bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Também participarão do encontro autoridades dos países associados e de instituições internacionais.
Atualmente, o Chile, a Bolívia, o Peru, a Venezuela, Colômbia e o Equador são os associados ao Mercosul, mantendo acordos de livre comércio com o bloco. Os quatro presidentes dos países-membros somente terão atividades oficiais na terça-feira (3), quando anunciarão os resultados da cúpula e concederão entrevista à imprensa.
Entre os convidados a participar do encontro estão representantes da Corporação Andina de Fomento (CAF), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), entre outros.
Segundo o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, o Mercosul é um sucesso no que se refere à aproximação dos quatro países que o compõem. Em entrevista recente à Agência Brasil, Cordeiro destacou que a realidade política entre as nações integrantes não existiria sem um marco de aproximação como o bloco.
Enio Codeiro reconhece que ainda existem dificuldades no Mercosul. "É verdade que alguns setores não estão incluídos na área de livre comércio, como é o caso do automotivo e o do açúcar", disse o embaixador. "O comércio entre os países ainda se ressente de reconhecimento fitossanitário e, algumas vezes, há controles adicionais nas fronteiras que afetam o comércio do bloco. Em matéria de união aduaneira, ainda não existe 100% de observância da tarifa externa comum. Isso, no entanto, não significa um fracasso do Mercosul."
De acordo com o embaixador brasileiro, as dificuldades ainda detectadas no Mercosul significam que existe um desafio na área de integração que devem ser resolvidos em velocidades distintas. "Mais do que resolver essas dificuldades com o rigor da letra de um tratado, é preciso encontrar fórmulas criativas para resolvê-las e para manter sempre viva a integração regional", acrescentou Cordeiro.
O embaixador disse que, como todo organismo de integração, o bloco provoca entusiasmo e críticas em todos os países que o integram. Apesar das visões pessimistas sobre o bloco, ele é uma realidade consolidada. "O Mercosul demonstrou sua vitalidade e necessidade políticas. Mais do que um projeto econômico e comercial, é um projeto político. Tem um fundamento e uma base que lhe dá unidade e que o transforma numa determinação política do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai de se aproximarem."