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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.
No segundo turno das eleições argentinas, os eleitores não terão de escolher apenas entre os dois candidatos vencedores do último domingo (27/4), Carlos Menem e Néstor Kirchner, mas sobretudo terão de optar entre dois projetos político-econômicos antagônicos.
Nas eleições mais disputadas da história do país - 30% dos eleitores decidiram seu voto na última semana - os candidatos Carlos Menem e Néstor Kirchner receberam 23% e 21%, respectivamente, do total de votos e irão disputar o segundo turno das eleições dia 18 de maio. O ex-presidente e o governador da província de Santa Cruz - que é o candidato do atual presidente Eduardo Duhalde -, irão protagonizar uma disputa que vem marcando a história política do país desde a primeira metade da década de 90 e que representa o conflito básico entre os peronistas. De acordo com o Clarín, "é certo dizer que a eleição do próximo presidente esteja entre os grandes antagonismos da história recente."
Mais uma vez, o peronismo foi o destaque do processo eleitoral argentino. Somados os votos de seus candidatos, o total chegou a 60%. Maior que esta votação, houve apenas a de 1973, quando Perón concorreu à presidência.
A diferença entre os dois candidatos, entretanto, está na condução da economia do país. São receitas distintas para enfrentar uma crise que teve seu ápice há dois anos e quase levou o país à barrocada. A equipe de Menem defende uma proposta de redução de impostos sobre o consumidor e para as empresas que contratem novos funcionários. Desta forma, a economia seria reativada e o índice de desemprego, reduzido. Em várias entrevistas, o principal homem da política econômica de Menem, Pablo Rojo, afirmou que o câmbio seguirá livre e que haverá renegociação da dívida externa com juros mais baixos e prazos maiores, mas sem perda de capital para os credores.
Já Néstor Kirchner - que deverá manter o ministro da economia de Duhalde - tem como idéia principal estimular o consumo aumentando a massa salarial e atraindo investimentos para a produção nacional. Para Roberto Lavagna, atual ministro da Economia, as exportações são o melhor mecanismo para gerar divisas para o pagamento da dívida. Diferente de seu oponente, Lavagna prevê renegociação da dívida com perdas significativas para os credores.