Correios: governo avalia aporte menor e possibilidade de empréstimo com garantia da União. (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 07h41.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 8, que o aporte do Tesouro Nacional aos Correios será inferior aos R$ 6 bilhões inicialmente cogitados pela estatal.
Segundo ele, o governo ainda estuda alternativas para reforçar o caixa da empresa, como a combinação de injeção direta de recursos e empréstimos com garantia da União.
“Esse valor, não. É valor inferior a esse pelo que eu sei”, disse Haddad ao comentar o montante sugerido pelos Correios para cobrir o prejuízo acumulado entre janeiro e setembro.A declaração foi feita após uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na residência oficial da Casa, em Brasília. No encontro, foram discutidas pautas prioritárias do governo antes da votação do Orçamento de 2026.
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Haddad indicou que há espaço fiscal para um eventual aporte em 2025, mas reforçou que nenhuma medida está definida. “Até teria [espaço], mas não é uma coisa que está decidida”, afirmou, ressaltando que qualquer apoio financeiro será condicionado a mudanças estruturais na estatal.
“Nós sempre estamos condicionando tudo a um plano de reestruturação. Os Correios precisam mudar, precisam ser reestruturados”, declarou.
O valor exato do apoio ainda está em análise pela equipe econômica. As possibilidades incluem um crédito extraordinário ou a apresentação de um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) específico, dependendo da necessidade e do andamento das negociações com a empresa.
Paralelamente ao aporte, o governo discute oferecer aval para que os Correios obtenham empréstimos com juros mais baixos no mercado. A ideia surgiu após o Tesouro negar um pedido anterior de R$ 20 bilhões, considerado inviável devido ao custo elevado.
A nova proposta reduz o valor do empréstimo para algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Segundo Haddad, a medida pode ser aprovada ainda este ano, mas enfrenta entraves nas negociações com os bancos credores. “É uma possibilidade, mas não estamos jogando com uma possibilidade só por causa da negociação com os bancos”, afirmou.
Os Correios acumulam prejuízo superior a R$ 6 bilhões em 2024, e o governo tenta construir uma solução que combine sustentabilidade fiscal e viabilidade operacional para a empresa pública.
*Com informações da Agência Brasil