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Alívio na crise muda previsão para juro básico

No momento, a indicação é de que a taxa básica não baixará a um dígito este ano, como se apostava até recentemente

Melhoras na economia global indicam queda menor da Selic em 2012 (Divulgação/Banco Central)
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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2012 às 09h31.

Rio - Apesar de a inflação de 2011 finalmente não ter estourado o intervalo da meta perseguida pelo Banco Central (BC), com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficando exatamente no teto de 6,5%, o mercado futuro de juros projeta hoje queda menor da Selic do que há pouco mais de um mês. No momento, a indicação é de que a taxa básica não chegará a um dígito este ano, como se apostava até recentemente.

Por trás das apostas mais cautelosas quanto aos juros estão o Relatório de Inflação (RI) de dezembro, que indicou inflação em alta em 2013 com a trajetória da Selic (a taxa básica de juros da economia) prevista pelo mercado e a situação internacional ligeiramente menos negativa. Quando inesperadamente iniciou os cortes da Selic no fim de agosto, baixando a taxa básica de 12,5% para 12% ao ano, o BC apontou, como uma das razões da sua decisão, a piora do cenário externo e seus efeitos no Brasil. Desta forma, melhoras na economia global indicam queda menor da Selic em 2012 e vice-versa.

Após o corte de agosto, tanto os economistas de mercado, que fazem previsões baseadas em modelos, indicadores e julgamentos qualitativos, quanto os juros do mercado futuro indicaram quedas da Selic em 2012 progressivamente maiores. No auge desse movimento, no fim de novembro, os juros futuros chegaram a indicar uma Selic mínima abaixo de 9,5% ainda no primeiro semestre de 2012. Agora, apontam que o mínimo a ser atingido em 2012 está ligeiramente acima de 10%.

"Há um conjunto de fatores indicando que há uma probabilidade cada vez maior de que o BC pare de reduzir a Selic antes do 9,5%, que era a nossa previsão anterior - hoje, eu acho algo mais provável que pare em 10% ou 10,5%", diz José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora de recursos Opus, no Rio.

O RI, um detalhado documento trimestral do BC de análises e projeções, apontou em dezembro que o IPCA no "cenário referencial" ficaria em 4,7% em 2012 e 2013, ligeiramente acima do centro da meta de 4,5%. O cenário referencial pressupõe que a Selic e a taxa do câmbio perdurem indefinidamente - isso quer dizer, no RI de dezembro, juro básico de 11% e dólar a R$ 1,80. Mas o que chamou a atenção dos analistas, no RI de dezembro, foi o chamado "cenário de mercado". Nesse caso, as projeções de câmbio e juros são exatamente a média (mais precisamente, a mediana) das projeções do mercado coletadas pelo BC. Assim, as previsões eram de que, em 2012, a Selic cairia a 9,5% e o câmbio se valorizaria para R$ 1,75. Dessa forma, o IPCA ficaria em 4,8% em 2012 e subiria para 5,3% em 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Rio - Apesar de a inflação de 2011 finalmente não ter estourado o intervalo da meta perseguida pelo Banco Central (BC), com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficando exatamente no teto de 6,5%, o mercado futuro de juros projeta hoje queda menor da Selic do que há pouco mais de um mês. No momento, a indicação é de que a taxa básica não chegará a um dígito este ano, como se apostava até recentemente.

Por trás das apostas mais cautelosas quanto aos juros estão o Relatório de Inflação (RI) de dezembro, que indicou inflação em alta em 2013 com a trajetória da Selic (a taxa básica de juros da economia) prevista pelo mercado e a situação internacional ligeiramente menos negativa. Quando inesperadamente iniciou os cortes da Selic no fim de agosto, baixando a taxa básica de 12,5% para 12% ao ano, o BC apontou, como uma das razões da sua decisão, a piora do cenário externo e seus efeitos no Brasil. Desta forma, melhoras na economia global indicam queda menor da Selic em 2012 e vice-versa.

Após o corte de agosto, tanto os economistas de mercado, que fazem previsões baseadas em modelos, indicadores e julgamentos qualitativos, quanto os juros do mercado futuro indicaram quedas da Selic em 2012 progressivamente maiores. No auge desse movimento, no fim de novembro, os juros futuros chegaram a indicar uma Selic mínima abaixo de 9,5% ainda no primeiro semestre de 2012. Agora, apontam que o mínimo a ser atingido em 2012 está ligeiramente acima de 10%.

"Há um conjunto de fatores indicando que há uma probabilidade cada vez maior de que o BC pare de reduzir a Selic antes do 9,5%, que era a nossa previsão anterior - hoje, eu acho algo mais provável que pare em 10% ou 10,5%", diz José Márcio Camargo, economista-chefe da gestora de recursos Opus, no Rio.

O RI, um detalhado documento trimestral do BC de análises e projeções, apontou em dezembro que o IPCA no "cenário referencial" ficaria em 4,7% em 2012 e 2013, ligeiramente acima do centro da meta de 4,5%. O cenário referencial pressupõe que a Selic e a taxa do câmbio perdurem indefinidamente - isso quer dizer, no RI de dezembro, juro básico de 11% e dólar a R$ 1,80. Mas o que chamou a atenção dos analistas, no RI de dezembro, foi o chamado "cenário de mercado". Nesse caso, as projeções de câmbio e juros são exatamente a média (mais precisamente, a mediana) das projeções do mercado coletadas pelo BC. Assim, as previsões eram de que, em 2012, a Selic cairia a 9,5% e o câmbio se valorizaria para R$ 1,75. Dessa forma, o IPCA ficaria em 4,8% em 2012 e subiria para 5,3% em 2013. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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