Economia

Alemanha é beneficiada por crise grega, aponta estudo

As taxas de juros da dívida alemã caíram nos últimos anos cada vez que surgiam más notícias sobre a Grécia


	A chanceler alemã, Angela Merkel e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras
 (Hannibal Hanschke/Reuters)

A chanceler alemã, Angela Merkel e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras (Hannibal Hanschke/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 09h58.

Frankfurt - A Alemanha está se beneficiando financeiramente da crise da Grécia por causa da queda do pagamento de juros da dívida alemã, segundo o Instituto para a Pesquisa Econômica de Halle (IWH).

"O orçamento equilibrado na Alemanha se deve em grande parte à economia de juros por causa da crise de endividamento", indicou a pesquisa do IWH publicada nesta segunda-feira.

A Alemanha alcançou de 2010 até agora economia para o orçamento nacional de 100 bilhões de euros (R$ 378 bilhões), valor que representa mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e que em parte está diretamente relacionada com a crise da Grécia.

Estas economias superam os custos da crise, mesmo se a Grécia não pagar sua dívida completamente, custo que para a Alemanha passaria dos 90 bilhões de euros.

"Por consequência a Alemanha se beneficiou da crise da Grécia", disse o IWH.

"Quando os investidores se veem obrigados a enfrentar a uma crise, tentam investir seu dinheiro da forma mais segura possível. Durante a crise de endividamento europeu, a Alemanha se beneficiou de forma desproporcional deste efeito", acrescentou o relatório do IWH.

As taxas de juros da dívida alemã caíram nos últimos anos cada vez que surgiam más notícias sobre a Grécia para os mercados financeiros e subiram quando havia boas notícias.

Por exemplo, as taxas de juros da dívida alemã diminuíram 30 pontos básicos quando em janeiro se tornou mais provável a vitória do Syriza nas eleições, ou quando o novo governo grego rejeitou as negociações com a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O mesmo aconteceu em junho quando o governo grego decidiu convocar um referendo para votar as reformas exigidas pelos credores.

Mas as taxas de juros da dívida alemã subiram quando Grécia mostrou disposição para negociar.

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