Economia

Alemanha autoriza participação reduzida da China no porto de Hamburgo

Segundo a imprensa alemã, Scholz, ex-prefeito de Hamburgo, se recusou a bloquear o acordo, o que rendeu críticas inclusive dentro de seu governo

O grupo chinês Cosco só poderá adquirir uma participação "de menos de 25%" neste terminal, em vez dos 35% previstos (Fabian Bimmer/AFP/Reprodução)

O grupo chinês Cosco só poderá adquirir uma participação "de menos de 25%" neste terminal, em vez dos 35% previstos (Fabian Bimmer/AFP/Reprodução)

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AFP

Publicado em 26 de outubro de 2022 às 09h08.

O governo alemão autorizou nesta quarta-feira (26) a polêmica participação de um grupo chinês na exploração de um terminal no porto de Hamburgo, mas limitou a parte atribuída alegando a proteção da "segurança e ordem pública".

O grupo chinês Cosco só poderá adquirir uma participação "de menos de 25%" neste terminal, em vez dos 35% previstos, "o que impedirá uma tomada de controle estratégica", disse o Ministério da Economia em comunicado.

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A decisão visa aplacar as críticas ao chefe de Governo, Olaf Scholz, na Alemanha e na União Europeia (UE), por seu suposto apoio a investimentos chineses nessa infraestrutura econômica estratégica.

Segundo a imprensa alemã, Scholz, ex-prefeito de Hamburgo, se recusou a bloquear o acordo, o que rendeu críticas inclusive dentro de seu governo.

O Ministério da Economia alemão afirmou que qualquer tentativa do grupo chinês de aumentar sua participação acima do limite de 25% será submetida a uma análise do governo.

O grupo chinês também não poderá controlar a atividade do terminal portuário, por exemplo, negociando "direitos de veto sobre decisões estratégicas ou de pessoal", acrescentou o ministério.

No final, o investimento de Cosco se reduz a "uma participação puramente financeira", segundo a mesma fonte.

Os defensores do projeto argumentam que já existem participações chinesas em outros portos da Europa Ocidental e que Hamburgo pode sofrer uma desvantagem competitiva.

Seus críticos acreditam que a situação mudou. A UE atribui mais importância à proteção das infraestruturas críticas desde o início da invasão russa da Ucrânia.

"É melhor vender 24,9% do que mais de 30%, mas é uma decisão errada", disse Anton Hofreiter, presidente da comissão parlamentar de Assuntos Europeus.

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