Em NY, Alckmin busca investidores e apoio para eleições 2018
Visto como possível candidato à presidência para a eleição do ano que vem, Alckmin quer mostrar que é capaz de conquistar a confiança dos investidores
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2017 às 18h35.
Última atualização em 16 de maio de 2017 às 19h13.
Nova York - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin , está em Nova York com um portfólio de infraestrutura de US$ 14 bilhões debaixo do braço para tentar seduzir investidores em meio à recuperação do Brasil de sua pior recessão na história.
Entre os projetos que o governador de 64 anos está tentando vender há diversas rodovias que poderiam exigir até R$ 5 bilhões (US$ 1,6 bilhão) cada e parcerias público-privadas voltadas à construção de casas de baixa renda, que também gerarão empregos.
O governo de São Paulo avalia transformar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em uma holding e criar unidades separadas para saneamento e esgoto, por exemplo, nas quais sócios poderiam manter ações majoritárias e operar os negócios.
Visto como possível candidato à presidência para a eleição do ano que vem, Alckmin quer mostrar que é capaz de conquistar a confiança dos investidores para atrair capital e criar empregos antes de seu partido, o PSDB, escolher um candidato no fim do ano.
O governo do Estado mira R$ 45 bilhões em investimento privado, inclusive com o programa de concessões que inclui operação de rodovias e metrô nos próximos anos.
O governo Alckmin também alterou as regras das licitações para torná-las mais atraentes para o capital estrangeiro, disse ele, e está investindo R$ 18 bilhões em recursos próprios -- incluindo empresas estatais -- no estado neste ano.
Em entrevista concedida na sede da Bloomberg, em Nova York, Alckmin afirmou que o desafio é emprego.
O Brasil ainda tem 14 milhões de desempregados, o equivalente ao índice de desemprego recorde de 13,7 por cento, mas deixou a crise para trás, segundo o governador. A recuperação será lenta, mas constante, disse Alckmin.
O impulso para licitar concessões e inclinar-se mais para o setor privado está em sintonia com os esforços do governo do presidente Michel Temer para enxugar o Estado por meio da privatização de determinados ativos e da redução de gastos com o objetivo de diminuir o déficit do orçamento.
O estado avalia alternativas para atrair capital privado para a Sabesp. A empresa pode transferir todas as suas ações para uma nova holding para aumentar o capital para a empresa e o estado, disse Alckmin.
O governo está trabalhando com a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), do Banco Mundial, nos planos.
Além disso, a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) será privatizada até o fim deste ano. As licitações para a operação de diversas linhas de metrô para a população da Grande São Paulo, de cerca de 21 milhões, serão em breve.
Quem também está realizando um roadshow em Nova York nesta semana é João Doria, que foi eleito prefeito da cidade de São Paulo em 2016 com o apoio de Alckmin.
Doria, que é visto como outro possível candidato presidencial para a eleição de 2018, também busca investimentos e leva adiante um ambicioso programa de privatização que inclui viagens ao exterior, de Dubai à Coreia do Sul, para atrair interessados.
A decisão sobre qual integrante do PSDB concorrerá à presidência será tomada no fim do ano, disse Alckmin.