Economia

Agora é Dilma quem está quebrando o país, diz FHC

"A Dilma falou que eu quebrei o país três vezes, não sei quando. Agora é ela quem está quebrando (o país)", disse o ex-presidente


	Fernando Henrique Cardoso: "Vejo risco para a economia, pior a emenda do que o soneto"
 (Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso: "Vejo risco para a economia, pior a emenda do que o soneto" (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 15h13.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou duramente a presidente da República, Dilma Rousseff, ao comentar o envio de projeto de lei ao Congresso Nacional, pelo governo petista, para tentar driblar a meta fiscal.

"A Dilma falou que eu quebrei o país três vezes, não sei quando. Agora é ela quem está quebrando (o país)", disse FHC, após proferir palestra em um evento de tecnologia, em São Paulo, nesta quarta-feira, 12.

Além de rebater uma das maiores críticas de Dilma nesta campanha presidencial, FHC ironizou a iniciativa do governo, dizendo que nem mesmo o Rei Pelé conseguiria driblar a meta fiscal.

"É um drible que não dá certo, vai mostrar a incompetência de bem gerir a economia do Brasil, é um gol contra, não tem sentido."

Fernando Henrique disse que a situação do país é difícil e o governo da presidente Dilma não tem como cumprir o superávit fiscal.

"E devem reconhecer", sugeriu. "Vejo risco para a economia, pior a emenda do que o soneto."

Indagado sobre as críticas que seu partido vem fazendo à presidente reeleita, de que ela tem cometido estelionatos eleitorais após a vitória, ele retrucou: "São tantos estelionatos eleitorais."

Após proferir palestra no evento da empresa Symantec, de segurança em tecnologia, FHC almoçou com a direção da companhia e, depois, concedeu uma rápida entrevista.

O envio do projeto do governo Dilma ao Congresso foi bastante criticado pela oposição. O governo argumenta que ele não é um cheque em branco.

Na prática, ele dará grande flexibilidade para o governo administrar a meta de superávit primário das contas do setor público, eliminando na prática a meta fiscal, uma das conquistas da gestão de FHC.

O governo decidiu enviar o projeto antes do anúncio das medidas fiscais para o ano que vem porque pretende, com isso, garantir o cumprimento da meta, mesmo sem fazer o esforço fiscal prometido para 2014.

O projeto acaba com o limite fixo de R$ 67 bilhões para o abatimento das desonerações tributárias e dos investimentos do PAC.

Portanto, o executivo federal ganhará liberdade, caso o projeto seja aprovado, para abater da meta todo o volume do PAC e das desonerações que for feito até o final do ano.

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