Economia

África do Sul é emergente com melhor redução da pobreza

A África do Sul tem mais sucesso do que outros países emergentes na hora de reduzir a pobreza mediante políticas fiscais, segundo um estudo


	África do Sul: no entanto, a sociedade sul-africana registra o coeficiente mais alto de desigualdade social
 (REUTERS/Rogan Ward)

África do Sul: no entanto, a sociedade sul-africana registra o coeficiente mais alto de desigualdade social (REUTERS/Rogan Ward)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2014 às 13h21.

Johanesburgo - A África do Sul tem mais sucesso do que outros países emergentes como o Brasil, México, Argentina ou Indonésia na hora de reduzir a pobreza mediante políticas fiscais, conforme um estudo publicado nesta segunda-feira pelo Banco Mundial (BM) em Pretória.

O relatório assinala que mais de três milhões de sul-africanos saíram da pobreza graças à utilização de ajudas sociais de dinheiro arrecadado em impostos em 2010 e 2011, um período no qual este país de 54 milhões de habitantes reduziu um quarto seu nível de desigualdade de renda.

Neste período e através da redistribuição da riqueza, 3,6 milhões de sul-africanos superaram a barreira dos US$ 2,5 diários e a taxa de pobreza extrema (menos de US$ 1,25 ao dia, segundo os indicadores do BM) caiu de 34% para 16,5%.

Estes números colocam à África do Sul no topo da lista na luta contra a pobreza mediante instrumentos fiscais, a frente dos outros países analisados pelo BM no estudo (Brasil, Bolívia, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Indonésia, México, Peru e Uruguai) com características econômicas parecidas.

No entanto, a sociedade sul-africana registra o coeficiente mais alto de desigualdade social de todos os Estados citados.

"Embora a África do Sul tenha um uso muito eficiente de seus instrumentos fiscais, os problemas originais de desigualdade de renda são tão grandes que vão necessitar outras medidas para solucioná-los", disse na apresentação do relatório a economista do BM Catriona Purfield, citada pela imprensa local.

Ela acrescentou que "superar os desafios da pobreza e da desigualdade em um mundo onde os recursos fiscais são mais limitados exige um crescimento econômico mais inclusivo e rápido, melhores postos de trabalho e mais eficiência dos serviços públicos".

Depois de 20 anos do fim do domínio da minoria branca, que excluiu a maioria negra da educação superior e dos trabalhos qualificados, a África do Sul continua sendo um dos países com maiores índices de desigualdade do mundo.

Mais de 25% de seus cidadãos não tem trabalho, porcentagem que se eleva a mais de 50% entre os jovens.

Após ter registrado desde 1995 um crescimento médio anual de 3,2%, os economistas preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) do país alcance este ano 1,4%.

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