Economia

Aéreas dos EUA enfrentam o outro lado do petróleo barato

Algumas das principais companhias aéreas dos Estados Unidos estão correndo para financiar apostas fracassadas e renovar hedges de combustível


	Delta Airlines: empresas veem alguns de seus benefícios do combustível barato serem devorados pelos custos de hedge
 (Eric Thayer/AFP)

Delta Airlines: empresas veem alguns de seus benefícios do combustível barato serem devorados pelos custos de hedge (Eric Thayer/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 08h28.

Nova York - Algumas das principais companhias aéreas dos Estados Unidos, incluindo Delta e Southwest, estão correndo para financiar apostas fracassadas e renovar hedges de combustível, enquanto os preços do petróleo em queda as deixam com perdas de bilhões de dólares, de acordo com pessoas familiares aos esquemas de hedge.

Em teoria, as companhias aéreas estão entre as principais beneficiárias de uma queda de seis meses que reduziu os preços do petróleo à metade para uma mínima dos últimos cinco anos.

O petróleo é o maior custo variável para as companhias aéreas, geralmente representando um terço ou mais de suas despesas operacionais totais.

Mas, agora, empresas como Delta Air Lines e a Southwest Airlines, conhecidas por um programa de hedge de sucesso que travou os baixos preços do combustível antes de subirem há uma década, veem alguns de seus benefícios do combustível barato serem devorados pelos custos de hedge.

Isso ocorre em grande parte porque elas têm usado estratégias de hedge comuns, porém arriscadas, como a venda de opções financeiras que liquidam quando os preços do petróleo caem e usando os rendimentos para comprar proteção contra a subida dos custos quando os preços sobem, de acordo com três pessoas familiarizadas com os programas.

As duas companhias estão se movendo rapidamente para elaborar como atender demandas de operadores e bancos para cobrir potenciais perdas de uma estratégia que fazia sentido há apenas seis meses, disseram as pessoas.

As companhias também realizaram várias reuniões que incluíram executivos das empresas, operadores e consultores, de acordo com as pessoas, que se recusaram a ser nomeadas por causa da natureza sensível das discussões.

O porta-voz da Southwest, Chris Mainz, disse que as reuniões eram parte da rotina, apesar de uma rápida mudança no mercado ter chamado atenção.

"Nós continuamos a nos beneficiar da queda dos preços de combustível", disse Mainz por email. "Obviamente vamos nos mover rapidamente quando os preços caírem na casa de 40 por cento. (Nossa equipe de combustível) está muito ocupada gerenciando nosso portfolio para responder às mudanças que vemos nos mercado". O porta-voz da Delta, Trebor Banstetter, disse que a companhia não estava surpresa com a queda, tendo se preparado para atender suas obrigações financeiras se necessário.

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