Faturamento em 2014 deve ser pior que o previsto, diz Abimaq
Segundo documento de divulgação da associação, o faturamento bruto médio deste ano até agosto está em um nível 18,9% abaixo da média do período 2010/2013
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2014 às 16h08.
São Paulo - O faturamento bruto do setor de bens de capital mecânico deve apresentar uma queda maior que a esperada para este ano, afirmou nesta quarta-feira, 24, Mario Bernardini, assessor econômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e diretor do Departamento de Competitividade da associação.
"Esperamos que o ano acabe logo. Não há possibilidade de recuperação neste ano, e a expectativa é que o estrago seja maior que o previsto, com decréscimo em termos reais superior a 15%, mais próximo de 20%", afirmou, em coletiva de imprensa para comentar os resultados de agosto.
Segundo o documento de divulgação da associação, o faturamento bruto médio deste ano até agosto está em um nível 18,9% abaixo da média do período 2010/2013.
"Essa é uma péssima notícia par o Brasil como um todo, vamos voltar a uma formação bruta de capital fixo próxima de 17%", disse, acrescentando que isso significa comprometer o crescimento econômico do futuro.
Argentina
De acordo com Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, a Argentina já vem atrasando pagamentos aos exportadores "brasileiros há alguns anos".
Questionado sobre as notícias recentes de que a Argentina está atrasando pagamentos a empresas brasileiras, ele explicou que esse problema vem ocorrendo desde que o país vizinho começou a enfrentar problemas de reservas e no balanço de pagamentos.
Mas Pastoriza afirmou que os atrasos não apresentam um problema grave para o setor e que a relação continua boa.
"Temos tido de fato problemas recorrentes, mas a Argentina não tem interesse de nos prejudicar, também precisa da nossa ajuda. Há dificuldades, mas aos trancos e barrancos estão sendo administradas", afirmou.
O presidente da Abimaq afirmou, por exemplo, que as exportações para o Mercosul no acumulado de janeiro a agosto estão apenas 1,9% abaixo do volume observado no mesmo período do ano passado.
A Argentina responde por cerca de 80% das vendas para o Mercosul, acrescentou. Na América Latina, a queda é de 6,1%.