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95% dos grandes produtores pretendem investir em ferrovias

Levantamento feito pela CNT mostrou que maioria das empresas que usam trens para escoar seus produtos pretendem investir no setor

Os principais produtores querem investir em ferrovias (Divulgação/ Agência Vale)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 17h26.

Brasília – A quase totalidade (94,4%) dos grandes clientes que fazem uso das ferrovias brasileiras para escoar produtos como minérios, açúcar e grãos tem interesse em investir, de alguma forma, em obras ferroviárias como ramais particulares e terminais multimodais. Essa foi uma das constatações da Pesquisa CNT de Ferrovias 2011, divulgada hoje (15) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

“Este é um dado positivo que chamou a nossa atenção: mais de 94% dos nossos clientes têm interesse de fazer investimentos em obras ferroviárias para melhorar as condições de escoamento [da produção]”, disse o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça.

A infraestrutura dos terminais das ferrovias existentes foi considerada adequada por 52,3% dos clientes, enquanto os serviços foram considerados insuficientes por 45,6%. Apesar disso, diz a pesquisa da CNT, o tempo de carga e descarga no terminal da ferrovia foi considerado satisfatório para 75,2% e 77,4% dos usuários, respectivamente.

Pouco mais da metade (56,3%) classificaram como “bom” os aspectos de segurança e integridade das cargas. Para 48,3%, a segurança melhorou nos últimos anos, enquanto 39,7% avaliaram que a situação permaneceu igual nesse quesito. Entre os principais entraves apontados pela pesquisa, a CNT destacou a falta de disponibilidade de vagões especializados, citado por 33,3% dos clientes; a confiabilidade dos prazos, segundo 31,1% deles; e o alto custo do frete, para 39,4% da clientela.

“No Brasil, o [menor custo do] transporte rodoviário acaba distorcendo o preço de mercado. Isso tende a ser corrigido no futuro, quando deverão ser colocadas limitações para o transporte [de produtos] pelo meio rodoviário”, disse Vilaça.

Segundo ele, o governo trabalha atualmente com uma previsão de expandir em 11 mil quilômetros a malha ferroviária até 2020. “Isso é ótimo e expressivo para o nosso momento, mas ainda precisamos dar sequenciamento, até atingirmos pelo menos 52 mil quilômetros”, avalia. A malha brasileira registra, atualmente, uma extensão total de pouco mais de 30 mil quilômetros.

Boa parte da demanda prevista para os próximos anos tem origem na chamada “nova fronteira agrícola brasileira”, localizada no cerrado brasileiro. “Como são novas áreas onde agricultura e commodities agrícolas e minerais têm as suas descobertas, essa produtividade vai aumentar. Mas já estamos com mais vagões, locomotivas potentes, maior carregamento e produtividade e portos que proporcionarão alternativas logísticas para o usuário e para a redução dos seus custos”, completou o presidente da ANTF.

Vilaça disse, ainda, que há “ótimas perspectivas” para o transporte de passageiros. “Na medida em que a malha cresce, se moderniza, e se apresenta fisicamente mais adequada, você consegue imprimir mais velocidade. E, para viabilizar [esse tipo de transporte] para passageiros, será necessária uma velocidade entre 80 e 100 quilômetros por hora”.

A amostra da pesquisa da CNT é formada pelos clientes mais significativos das dez principais mercadorias transportadas em cada corredor ferroviários. Para a pesquisa, foram feitas 132 entrevistas entre outubro e novembro de 2011.

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Brasília – A quase totalidade (94,4%) dos grandes clientes que fazem uso das ferrovias brasileiras para escoar produtos como minérios, açúcar e grãos tem interesse em investir, de alguma forma, em obras ferroviárias como ramais particulares e terminais multimodais. Essa foi uma das constatações da Pesquisa CNT de Ferrovias 2011, divulgada hoje (15) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

“Este é um dado positivo que chamou a nossa atenção: mais de 94% dos nossos clientes têm interesse de fazer investimentos em obras ferroviárias para melhorar as condições de escoamento [da produção]”, disse o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça.

A infraestrutura dos terminais das ferrovias existentes foi considerada adequada por 52,3% dos clientes, enquanto os serviços foram considerados insuficientes por 45,6%. Apesar disso, diz a pesquisa da CNT, o tempo de carga e descarga no terminal da ferrovia foi considerado satisfatório para 75,2% e 77,4% dos usuários, respectivamente.

Pouco mais da metade (56,3%) classificaram como “bom” os aspectos de segurança e integridade das cargas. Para 48,3%, a segurança melhorou nos últimos anos, enquanto 39,7% avaliaram que a situação permaneceu igual nesse quesito. Entre os principais entraves apontados pela pesquisa, a CNT destacou a falta de disponibilidade de vagões especializados, citado por 33,3% dos clientes; a confiabilidade dos prazos, segundo 31,1% deles; e o alto custo do frete, para 39,4% da clientela.

“No Brasil, o [menor custo do] transporte rodoviário acaba distorcendo o preço de mercado. Isso tende a ser corrigido no futuro, quando deverão ser colocadas limitações para o transporte [de produtos] pelo meio rodoviário”, disse Vilaça.

Segundo ele, o governo trabalha atualmente com uma previsão de expandir em 11 mil quilômetros a malha ferroviária até 2020. “Isso é ótimo e expressivo para o nosso momento, mas ainda precisamos dar sequenciamento, até atingirmos pelo menos 52 mil quilômetros”, avalia. A malha brasileira registra, atualmente, uma extensão total de pouco mais de 30 mil quilômetros.

Boa parte da demanda prevista para os próximos anos tem origem na chamada “nova fronteira agrícola brasileira”, localizada no cerrado brasileiro. “Como são novas áreas onde agricultura e commodities agrícolas e minerais têm as suas descobertas, essa produtividade vai aumentar. Mas já estamos com mais vagões, locomotivas potentes, maior carregamento e produtividade e portos que proporcionarão alternativas logísticas para o usuário e para a redução dos seus custos”, completou o presidente da ANTF.

Vilaça disse, ainda, que há “ótimas perspectivas” para o transporte de passageiros. “Na medida em que a malha cresce, se moderniza, e se apresenta fisicamente mais adequada, você consegue imprimir mais velocidade. E, para viabilizar [esse tipo de transporte] para passageiros, será necessária uma velocidade entre 80 e 100 quilômetros por hora”.

A amostra da pesquisa da CNT é formada pelos clientes mais significativos das dez principais mercadorias transportadas em cada corredor ferroviários. Para a pesquisa, foram feitas 132 entrevistas entre outubro e novembro de 2011.

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