Economia

93% das categorias conquistaram aumento real de salário

O setor com os melhores resultados foi o rural, no qual cerca de 97% dos pisos apresentaram aumento real em 2009

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - A queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009 não impediu que a maior parte das categorias de trabalhadores conquistasse aumentos reais nos pisos salariais durante o período. É o que mostra levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta sexta-feira, 18.De 635 categorias pesquisadas no País, 93%, ou 590, conquistaram elevações reais. Outras 17 (2,7%) obtiveram a reposição da inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As 28 (4,4%) categorias restantes apuraram reajustes abaixo do índice.

O setor com os melhores resultados foi o rural, onde cerca de 97% dos pisos apresentaram aumento real em 2009. Nele, não houve reajuste abaixo do INPC em nenhuma negociação. De acordo com o Dieese, esse fenômeno pode ser explicado, entre outras razões, pela proximidade dos valores dos pisos com o valor do salário mínimo oficial, de R$ 465 em 2009. A indústria obteve os resultados mais favoráveis, com maior proporção de aumentos reais acima de 10%, mas é também neste setor em que houve a maior perda no piso salarial, na faixa entre 6,01% a 7% abaixo do INPC.

No comércio, houve maior concentração dos reajustes nas faixas de aumento real entre 2,01% a 6% acima do INPC, em especial na faixa de 5,01% a 6%, que corresponde à faixa do ganho real do salário mínimo oficial. No setor de serviços, há maior incidência de reajustes abaixo da variação do INPC e a maior proporção de reajustes iguais ao índice e com aumentos reais de até 2% entre os segmentos analisados. O Dieese ressaltou, contudo, que isso não significa que os menores pisos salariais estejam concentrados nos serviços.

Os ganhos em geral se concentraram nas faixas de 0,01% até 4% de aumento real. Cerca de 48% dos pisos salariais estão localizados nessa faixa. Em valores absolutos, metade dos pisos ficou abaixo de R$ 540,00 mensais. O setor rural é o que apresenta a maior concentração de salários baixos: quase 60% dos pisos do setor localizaram-se na faixa de R$ 500,01 a R$ 600,00. No comércio, pouco mais de 40% dos pisos estão na mesma faixa e, na indústria, pouco menos de 40% ganham esses valores, índice que fica em cerca de 30% no setor de serviços.

O Dieese chama atenção para o fato de a imensa maioria dos pisos salariais apresentar valores bastante próximos ao salário mínimo. Em 2009, cerca de 6% dos pisos analisados possuíam o mesmo valor do mínimo, e 57% valiam entre 1,01 e 1,25 salários mínimos. "Se por um lado é possível destacar o bom desempenho da negociação dos pisos salariais em 2009 no que diz respeito, especificamente, aos reajustes, por outro, chama atenção o fato de que os valores dos pisos ainda são fortemente referenciados pelo salário mínimo", avaliou a entidade.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEmpregosNível de empregoSalários

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega