Será que vale a pena comprar um carro novo?
Entenda o que é melhor financeiramente – e veja como fazer o cálculo do financiamento para garantir que a parcela caiba no seu bolso
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Carros novos: zero quilômetro perde cerca de 15% do valor assim que deixa a concessionária (Peter Dazeley/Getty Images)
Publicado em 18 de maio de 2022, 09h00.
Última atualização em 5 de agosto de 2022, 10h59.
Como tudo na vida, cada decisão tem seus prós e contras, e nas finanças pessoais não é diferente. A escolha entre um carro novo ou seminovo tem pontos positivos e negativos em cada uma das decisões.
Ao analisar somente o lado financeiro, é sabido que um carro novo, assim que sai da concessionária, perde cerca de 15% do seu valor. Daí em diante, seu preço diminui com o passar do tempo. É a chamada depreciação do bem.
Partindo desse ponto de vista, carros usados podem oferecer mais vantagens para o comprador, pois apresentam uma desvalorização menor.
Carro novo, seminovo ou usado: o que sai mais barato?
Um dos pontos mais relevantes dessa análise, segundo a consultora e educadora financeira Carol Stange, é o valor do IPVA, que é calculado sobre o preço do carro que consta na tabela FIPE.
Um veículo seminovo, por ser mais barato que um novo, carrega um imposto de valor menor do que o dos carros zero quilômetro.
Mas a análise financeira, diz a especialista, deve levar em consideração também a eficiência no uso do combustível, um fator que pesa no bolso no dia a dia. “Carros seminovos naturalmente têm sua tecnologia ultrapassada (ou não tão moderna), além do próprio desgaste pelo tempo, pontos que costumam influenciar para um maior consumo de combustível”, afirma.
Outro ponto a ser considerado na conta é que carros novos têm seguros mais baratos em relação ao mais antigos, que podem sofrer maior dificuldade para que sejam encontradas peças novas para reposição, alerta Carol. Além disso, é preciso considerar também os gastos futuros com manutenção, como revisão, troca de pneus e gastos inesperados que qualquer veículo pode apresentar.
“Sugiro que o consumidor faça uma breve relação de todas as despesas que envolvem a compra de um carro novo versus um carro seminovo para que saiba quanto dinheiro essa decisão envolve”, ensina a consultora. “Sem números, a decisão fica na base do ‘achismo’, um dos maiores vilões das finanças pessoais”.
Ela lembra, no entanto, que definitivamente essa é uma decisão que não pode considerar apenas o lado financeiro. “Uma boa decisão nesse caso leva em conta a frequência de uso, conforto e segurança”, destaca.
Comprar carro financiado ou à vista?
Matematicamente, explica Carol, é sempre melhor destinar o dinheiro que seria usado no pagamento de uma parcela para investir esse recurso com objetivo de receber juros. “Receber juros é sempre melhor que pagá-los, não é?”
Além disso, continua a educadora financeira, nada dá mais poder de compra para o consumidor do que ter o dinheiro para pagar a maior parte do produto à vista, já que essa liquidez também é desejada pelo vendedor.
Mas, na vida real, todos sabem que nem toda decisão pode esperar – tem gente que precisa do veículo para ontem, mesmo sem ter juntado o dinheiro para comprá-lo à vista.
“Para casos onde a compra de um carro, seja ele novo ou seminovo, se mostra urgente, pesquisas de mercado devem ser feitas”, sugere Carol. “As instituições financeiras oferecem diversas taxas de juros, desde o ‘sem juros’ até mais de 10% ao mês, que podem variar de acordo com o valor financiado até o score de crédito do cliente.
”Ela alerta, no entanto, para o consumidor não se deixar levar por mensagens de "oportunidade imperdível", "última chance” e por aí vai.
Quais são as taxas de juros de financiamento de veículo?
Outro ponto a se considerar, ressalta a consultora, é que as taxas de financiamento acompanham a taxa básica de juros, a chamada taxa Selic.
E se ainda estamos no final do ciclo de alta da taxa Selic, isso significa que os financiamentos também estão encarecendo. “O momento não é o melhor para contratar novos financiamentos ou empréstimos”, alerta.
Como comprar um carro financiado?
Se a opção for pelo financiamento, vale saber que o limite máximo de comprometimento da renda para a liberação do financiamento pelas financeiras e bancos é de 30%.
Como exemplo, para alguém que ganha R$ 3 mil por mês, a prestação máxima a ser paga mensalmente seria de R$ 900. “Na vida real, não sugiro mais do que 15% para essa finalidade”, diz Carol.
“No último ano, o orçamento doméstico tem estado cada vez mais comprometido com os custos essenciais, como alimentação e despesas de consumo - gás, energia e água, por exemplo -, e a alta da inflação ainda não deu sinais de pausa. Se a compra de um carro financiado for passível de espera, essa seria a minha sugestão.”
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