UFC ainda aposta alto no Brasil, garante VP internacional da marca
Na esteira do badalado evento de hoje, conversamos com David Shaw, um dos principais executivos do UFC, sobre a atuação da marca e o atual statusdo Brasil
Vinicius Lordello
Publicado em 6 de julho de 2019 às 13h10.
Última atualização em 6 de julho de 2019 às 13h13.
O UFC 239, marcado para a noite deste sábado, em Las Vegas (EUA), terá lutas importantes para o desdobramento da carreira de seus lutadores aspirantes ao cinturão e, enfim, tem em seus dois combates principais brasileiros envolvidos novamente. Jon Jones x Thiago Marreta pelo cinturão meio-pesado como duelo principal e Amanda Nunes x Holly Holm pelo título dos galos feminino como co-main event. O Brasil, de maioria de campeões anos atrás, sofre para manter a hegemonia e tem hoje, em Amanda, seu principal nome, além da importante ascensão da agora campeã Jéssica Andrade.
Como produto, menos campeões poderia significar menos interesse dos brasileiros pelo esporte mas, na prática, não é nisso que acredita o UFC. A marca continua apostando alto no Brasil e vê no país um caminho estratégico para continuar seu crescimento. Conversamos com David Shaw, vice-presidente internacional do UFC, justamente sobre esse cenário e sobre o cenário da marca globalmente:
O Brasil já se demonstrou um país forte para o UFC tanto dentro do octógono como nas arquibancadas. Ainda há espaço para melhorar esse casamento?
Eu acho que sim e tem algo como ponto-chave do nosso negócio: o comprometimento com a responsabilidade social. Temos os treinos sociais que o Rodrigo Minotauro vem fazendo há muitos anos, em que ele ajuda as crianças dos projetos sociais não só a se conectar com o esporte, mas também os valores de trabalho duro e liderança. Acreditamos fortemente que essas crianças podem virar grandes atletas de MMA algum dia. Ou, então, eles podem ser muito bem-sucedidos em suas carreiras, pois a gente passa os valores de trabalho duro, respeito, liderança e treinamento que com certeza vão ajudar essas crianças. É algo que vai muito além de oferecer conteúdo e eventos ao vivo, e que são parte do nosso compromisso porque funcionam como uma retribuição para a comunidade local.
Muitos brasileiros foram ídolos no UFC mas agora o país, exceção feita à Amanda Nunes e Jéssica Andrade, vive uma ressaca de campeões. Como lidar com essa construção de ídolos ainda não campeões?
Eu tendo a discordar deste comentário. Nós temos a Jessica Andrade campeã, o Marlon Moraes que lutou no último mês pelo cinturão em Chicago e o Thiago Marreta lutando pelo cinturão neste sábado. São três eventos seguidos com brasileiros lutando pelo cinturão. Além da Amanda Nunes que é campeã de duas categorias. A maior parte das grandes lutas da companhia envolvem brasileiros. Muitos dos ídolos são brasileiros, sejam eles campeões ou não, e temos também as novas promessas surgindo. Tivemos recentemente o Contender Series, de onde o UFC contratou 11 novas revelações. O maior exemplo é o Johnny Walker. Em três lutas, ele conseguiu três nocautes incríveis e já tá na rota para pegar os atletas que estão no topo. Eu diria que não poderia existir um momento melhor para o surgimento de ídolos no Brasil.
Há diferenças na relação com os fãs de diferentes regiões do planeta. Por exemplo, o europeu tende a ser mais contemplativo e o latino mais efusivo, e isso não significa ser pior ou melhor. Trata-se apenas de uma característica cultural. Como construir uma marca única para públicos distintos mundo afora?
O primeiro passo é estar conectado com os fãs. Uma marca se constrói pelos seus valores e princípios, mas a gente aprimora isso nos conectando com os fãs, especialmente através dos nossos atletas. Se você for ver, nós temos diferentes perfis de atletas. Nós temos atletas de inúmeros países. Nossos campeões também são de diversos países. Então, o fã sempre vai ter alguém interessante por perto para poder se conectar com o esporte. O Brasil é um país onde os fãs têm muitos ídolos e lendas para se conectar. A mesma coisa acontece com os EUA, com o Canadá e com tantos outros.
Como tem sido o desenvolvimento do UFC nas redes sociais? É uma marca de eventos que precisa existir mesmo longe do período das lutas. E tem conseguido. Qual o segredo?
A gente está sempre gerando conteúdo. A gente dá aos fãs os conteúdos que sabemos que eles querem consumir. E temos diferentes estilos de conteúdo. Pode ser um vídeo para a TV, para o YouTube, para o Twitter ou para a nossas próprias plataformas, incluindo o Combate, cada um vai ter seu próprio estilo, com diferentes temáticas, durações e sensibilidades. Por exemplo, um vídeo de 3 minutos que é apropriado para o Combate provavelmente não será bom na TV aberta.
O consumo é cada vez mais multiplataforma. Como o UFC lida com essa realidade?
Nós não estamos apostando todas as fichas num mesmo lugar. A gente não quer focar todo o nosso negócio em uma única mídia. Então, nós temos conteúdo para todas as mídias. Temos conteúdos para o fã se conectar com a gente enquanto estiver no ônibus pelo tablet, outros para quando ele estiver em casa. Nós queremos alcançar nossos fãs independente de onde eles estiverem.
O UFC 239, marcado para a noite deste sábado, em Las Vegas (EUA), terá lutas importantes para o desdobramento da carreira de seus lutadores aspirantes ao cinturão e, enfim, tem em seus dois combates principais brasileiros envolvidos novamente. Jon Jones x Thiago Marreta pelo cinturão meio-pesado como duelo principal e Amanda Nunes x Holly Holm pelo título dos galos feminino como co-main event. O Brasil, de maioria de campeões anos atrás, sofre para manter a hegemonia e tem hoje, em Amanda, seu principal nome, além da importante ascensão da agora campeã Jéssica Andrade.
Como produto, menos campeões poderia significar menos interesse dos brasileiros pelo esporte mas, na prática, não é nisso que acredita o UFC. A marca continua apostando alto no Brasil e vê no país um caminho estratégico para continuar seu crescimento. Conversamos com David Shaw, vice-presidente internacional do UFC, justamente sobre esse cenário e sobre o cenário da marca globalmente:
O Brasil já se demonstrou um país forte para o UFC tanto dentro do octógono como nas arquibancadas. Ainda há espaço para melhorar esse casamento?
Eu acho que sim e tem algo como ponto-chave do nosso negócio: o comprometimento com a responsabilidade social. Temos os treinos sociais que o Rodrigo Minotauro vem fazendo há muitos anos, em que ele ajuda as crianças dos projetos sociais não só a se conectar com o esporte, mas também os valores de trabalho duro e liderança. Acreditamos fortemente que essas crianças podem virar grandes atletas de MMA algum dia. Ou, então, eles podem ser muito bem-sucedidos em suas carreiras, pois a gente passa os valores de trabalho duro, respeito, liderança e treinamento que com certeza vão ajudar essas crianças. É algo que vai muito além de oferecer conteúdo e eventos ao vivo, e que são parte do nosso compromisso porque funcionam como uma retribuição para a comunidade local.
Muitos brasileiros foram ídolos no UFC mas agora o país, exceção feita à Amanda Nunes e Jéssica Andrade, vive uma ressaca de campeões. Como lidar com essa construção de ídolos ainda não campeões?
Eu tendo a discordar deste comentário. Nós temos a Jessica Andrade campeã, o Marlon Moraes que lutou no último mês pelo cinturão em Chicago e o Thiago Marreta lutando pelo cinturão neste sábado. São três eventos seguidos com brasileiros lutando pelo cinturão. Além da Amanda Nunes que é campeã de duas categorias. A maior parte das grandes lutas da companhia envolvem brasileiros. Muitos dos ídolos são brasileiros, sejam eles campeões ou não, e temos também as novas promessas surgindo. Tivemos recentemente o Contender Series, de onde o UFC contratou 11 novas revelações. O maior exemplo é o Johnny Walker. Em três lutas, ele conseguiu três nocautes incríveis e já tá na rota para pegar os atletas que estão no topo. Eu diria que não poderia existir um momento melhor para o surgimento de ídolos no Brasil.
Há diferenças na relação com os fãs de diferentes regiões do planeta. Por exemplo, o europeu tende a ser mais contemplativo e o latino mais efusivo, e isso não significa ser pior ou melhor. Trata-se apenas de uma característica cultural. Como construir uma marca única para públicos distintos mundo afora?
O primeiro passo é estar conectado com os fãs. Uma marca se constrói pelos seus valores e princípios, mas a gente aprimora isso nos conectando com os fãs, especialmente através dos nossos atletas. Se você for ver, nós temos diferentes perfis de atletas. Nós temos atletas de inúmeros países. Nossos campeões também são de diversos países. Então, o fã sempre vai ter alguém interessante por perto para poder se conectar com o esporte. O Brasil é um país onde os fãs têm muitos ídolos e lendas para se conectar. A mesma coisa acontece com os EUA, com o Canadá e com tantos outros.
Como tem sido o desenvolvimento do UFC nas redes sociais? É uma marca de eventos que precisa existir mesmo longe do período das lutas. E tem conseguido. Qual o segredo?
A gente está sempre gerando conteúdo. A gente dá aos fãs os conteúdos que sabemos que eles querem consumir. E temos diferentes estilos de conteúdo. Pode ser um vídeo para a TV, para o YouTube, para o Twitter ou para a nossas próprias plataformas, incluindo o Combate, cada um vai ter seu próprio estilo, com diferentes temáticas, durações e sensibilidades. Por exemplo, um vídeo de 3 minutos que é apropriado para o Combate provavelmente não será bom na TV aberta.
O consumo é cada vez mais multiplataforma. Como o UFC lida com essa realidade?
Nós não estamos apostando todas as fichas num mesmo lugar. A gente não quer focar todo o nosso negócio em uma única mídia. Então, nós temos conteúdo para todas as mídias. Temos conteúdos para o fã se conectar com a gente enquanto estiver no ônibus pelo tablet, outros para quando ele estiver em casa. Nós queremos alcançar nossos fãs independente de onde eles estiverem.