Homem preparando vacina de mRNA contra a covid-19, desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech (Andrea Mantovani/The New York Times)
Laura Pancini
Publicado em 22 de junho de 2021 às 11h27.
Última atualização em 22 de junho de 2021 às 11h30.
A alemã BioNTech, empresa farmacêutica que desenvolveu vacina contra o coronavírus em parceria com a Pfizer, tratou o primeiro paciente com a BNT111, vacina contra o câncer de pele, durante estudos clínicos de Fase II.
A BNT111 é baseada em mRNA e o medicamento Libtayo (cemiplimabe), produzido pelas empresas Regeneron e Sanofi.
O ensaio clínico terá 120 pacientes com melanoma de Fase III ou IV (ou seja, que seriam casos terminais) para avaliar a eficácia, tolerabilidade e segurança da vacina experimental.
A vacina codifica um conjunto fixo de quatro antígenos específicos do câncer de pele: NY-ESO-1, MAGE-A3, tirosinase e TPTE. De acordo com a empresa alemã, mais de 90% dos melanomas em pacientes têm ao menos um dos quatro antígenos.
Assim como a vacina da covid-19 desenvolvida pela farmacêutica alemã, a vacina experimental contra o câncer usa a tecnologia de mRNA para ensinar o sistema imunológico a combater o câncer. Porém, como o imunizante não pode ser testado em pessoas saudáveis, a BioNTech busca pacientes com melanoma em estágio avançado.
Na Fase I dos ensaios clínicos, os resultados confirmaram "um perfil de segurança favorável em 89 pacientes com melanoma avançado", como afirma a BioNTech em comunicado.
Agora, o ensaio foi revisado e aprovado por autoridades regulatórias dos países da União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. O primeiro paciente foi administrado na UE.
“Fomos capazes de demonstrar o potencial das vacinas de mRNA no tratamento da covid-19. Não devemos esquecer que o câncer também é uma ameaça à saúde global”, disse Özlem Türeci, cofundador da BioNTech.
A BioNTech planeja iniciar dois programas adicionais em 2021 para a realização de ensaios clínicos de Fase II.