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Vacina contra covid-19 financiada por Bill Gates começa a ser testada

O novo coronavírus não tem tratamento ou vacina conhecidos pela ciência, mas pesquisas têm avançado no entendimento da ação do vírus no organismo humano

Coronavírus: pesquisadores ainda buscam criar vacina eficaz contra o vírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 7 de abril de 2020 às 16h28.

Última atualização em 7 de abril de 2020 às 20h08.

A empresa americana de biotecnologia Inovio Pharmaceuticals, financiada por organizações sem fins lucrativos, como a Fundação Bill & Melinda Gates, começa nesta semana a testar uma vacina experimental contra o novo coronavírus em pessoas saudáveis nas cidades de Kansas e Filadélfia, nos Estados Unidos.

A companhia estima a produção de 1 milhão de doses até o fim do ano, caso tudo corra como esperado.

Chamada INO-4800, a vacina é a segunda a ser testada em humanos nos Estados Unidos. Em meados de março deste ano, a empresa de biotecnologia Moderna foi a primeira a iniciar testes com pessoas de uma vacina experimental.

A Organização Mundial da Saúde estima que a criação de uma vacina eficaz para imunizar a população contra o novo coronavírus, causador da doença covid-19, pode levar 18 meses. Já Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Saúde da Divisão de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos desde os anos 1980, afirma que uma vacina segura e eficaz contra o vírus levará, ao menos, um ano para ser criada.

Os testes serão feitos com 40 pessoas, que receberão duas doses da vacina a cada quatro semanas. Os resultados devem ser compartilhados pela empresa até o mês de setembro deste ano.

Considerando que a vacina seja bem-sucedida, o que ainda teremos que esperar para saber, a Inovio, assim como qualquer empresa que conseguir criar uma vacina contra o novo coronavírus, terá que enfrentar uma segunda etapa do desafio: produzir o produto de forma massiva para abastecer o mercado global.

No Brasil, mais de 10 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus. O estado de São Paulo, o mais afetado pelo vírus, prorrogou o prazo da quarentena, que terminaria hoje, até o dia 22 de abril. Em um relatório assinado por cientistas brasileiros e até mesmo pelo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a estimativa é de que o pico do contágio no Brasil ocorra entre os meses de abril e maio, mas o vírus continuará a circular, ao menos, até o mês de setembro deste ano.

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