Reino Unido testa vacina contra câncer que mata 1,8 milhão de pessoas por ano
Esse tipo de tumor é responsável por 1,8 milhão de mortes por ano no mundo
Redação Exame
Publicado em 11 de setembro de 2024 às 13h36.
Um paciente do Reino Unido com câncer de pulmão se tornou o primeiro a receber uma nova vacina contra a doença no hospital da University College London na terça-feira da semana passada.
De acordo com o periódico científica The Lancet, a vacina BNT116, que foi desenvolvida pela empresa alemã BioNTech como umtratamento de imunoterapia para câncer de pulmão de células um pouco maiores que o usual, usa mRNA para fornecer informações sobre marcadores tumorais comuns ao sistema imunológico do paciente. Assim, o organismo tem a capacidade de identificar e montar uma resposta imunológica às células cancerígenas. Esse método direcionado melhora a precisão do tratamento e reduz o risco de danos às células saudáveis e não cancerígenas, que são frequentemente afetadas pela quimioterapia.
Liderado pelo National Institute for Health and Care Research (NIHR) Clinical Research Facility no UCLH, oteste de fase 1 será realizado em 34 locais no Reino Unido, Alemanha, Hungria, Polônia, Espanha, Turquia e EUA. No total, cerca de 130 pacientes receberão a vacina— desde indivíduos em estágio avançado da doença ou recorrente até aqueles nos estágios iniciais da doença que ainda não passaram por cirurgia ou radioterapia.
O objetivo é avaliar a segurança e a atividade da vacina, tanto como monoterapia quanto em combinação com quimioterapia e regimes de imunoterapia já estabelecidos.
O câncer de pulmão é a principal causa de mortalidade global por câncer, causando cerca de 1,8 milhão de mortes por ano no mundo. Espera-se que a vacina BNT116 possa ajudar a reduzir substancialmente esses números ao atingir o NSCLC, a forma mais comum da doença.
Embora o sucesso deste primeiro teste em humanos ainda não tenha sido confirmado, ele representa "um marco significativo na pesquisa do câncer de pulmão", de acordo com o cientista Siow-Ming Lee, da University College London, ao The Lancet.
"Esperamos que a cobertura da imprensa global deste marco impulsione os esforços de recrutamento, tanto no Reino Unido quanto no mundo todo”, disse Lee. “Embora este primeiro teste de mRNA para câncer de pulmão seja um passo inicial crucial, seu verdadeiro impacto dependerá dos resultados de estudos futuros. Se bem-sucedidas, as vacinas de mRNA contra o câncer podem representar um grande avanço e oferecer uma nova esperança para pacientes com câncer de pulmão, abordando um grande desafio global de saúde com 2,5 milhões de novos casos e 1,8 milhões de mortes a cada ano.”