Pfizer irá pedir autorização nos EUA para aplicar terceira dose de vacina
Estudo em humanos mostrou que reforço com terceira aplicação aumenta o número de anticorpos entre 5 e 10 vezes. Empresa conversa também com autoridades de outros países
Thiago Lavado
Publicado em 8 de julho de 2021 às 18h39.
Última atualização em 8 de julho de 2021 às 18h51.
A farmacêutica Pfizer irá requisitar uma autorização de emergência nos EUA para ministrar uma terceira dose de sua vacina contra a covid-19. O pedido deve ser apresentado pela empresa em agosto, baseado em estudos que apontam que a aplicação ampliaria a proteção imunológica contra o coronavírus . As informações são do portal Bloomberg.
A empresa recebeu dados preliminares de um teste realizado com humanos que apontam que uma terceira dose de sua vacina poderia aumentar de 5 a 10 vezes a presença de anticorpos no organismo, se comparado ao plano original de vacinação, que previa duas doses.
Assim que receber mais informações sobre os estudos e análise, a empresa afirma que irá pedir à FDA (órgão regulador semelhante à Anvisa nos EUA) a autorização para aplicar uma nova injeção de 6 a 8 meses após as duas primeiras doses. Conversas com reguladores em outros países e na União Europeia estão em andamento.
À Bloomberg, o chefe de pesquisas da Pfizer, Mikael Dolsten, afirmou que a empresa está vindo a público com os planos porque dados atuais sugerem que é preciso cautela com mutações do coronavírus, incluindo as mais transmissíveis, como a variante Delta. "Estamos confiantes que esse reforço será altamenta efetivo contra a variante Delta", disse.
Por enquanto os dados preliminares apresentam informações relativas a um número pequeno de pacientes, mas, segundo os cientistas, as informações são robustas e devem corroborar os achados iniciais.
Pesquisas iniciais para aferir a efetividade da vacina da Pfizer contra a variante delta apontaram que o imunizante era 88% eficaz contra esta cepa em específico, mas um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde de Israel esta semana derrubou a métrica, apontando redução na eficácia para 64%.
Dolsten afirmou que a farmacêutica interpretou os resultados como um sinal de os níveis de anticorpos gerados pela vacinação caíram desde que as pessoas em Israel começaram a ser imunizadas. O país foi um dos primeiros a iniciar a vacinação e a ampliar o percentual da população que recebeu vacinas.
Para ele, na presença de uma variante mais transmissível, é possível que casos leves tenham passado pela barreira imunológica, embora a vacina continue eficaz em proteger os pacientes de casos graves.