Exame Logo

Há 30 mil anos clima dizimou diabo-da-Tasmânia

A população do diabo-da-Tasmânia, que atualmente está à beira de extinção, foi dizimada pelas mudanças climáticas há 30 mil anos, segundo estudo

Diabo-da-Tasmânia: animais sofreram duas quedas em sua população, segundo autores do estudo (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 09h06.

Sydney - As mudanças climáticas dizimaram há 30 mil anos a população de diabos-da-Tasmânia, um animal australiano que atualmente está à beira da extinção, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.

Um de seus autores, o biólogo da Universidade de Adelaide, Jeremy Austin, disse que no passado estes animais sofreram duas quedas em sua população e que elas coincidiram com mudanças climáticas.

A pesquisa, publicada na revista "Biology Letters", analisou com métodos estatísticos os dados genéticos de 300 exemplares modernos e antigos de diabos-da-Tasmânia para avaliar as variações no tamanho da população.

Os resultados mostraram uma crise há mais de 20 mil anos, durante a última era de gelo, e outra há entre 3 mil e 4 mil anos, quando aumentou o índice do fenômeno de oscilação Sul/El Niño, os terrenos eram mais áridos e havia menos alimentos.

"Estes dados concluem que os diabos-da-Tasmânia viveram com uma diversidade genética por um longo período de tempo e que suas povoações atravessaram oscilações grandes há 20 mil e 30 mil anos", disse Austin à rede "ABC".

O biólogo comentou que a perda de diversidade genética destes animais ocorreu antes da colonização britânica no século XIX.

"Dado todos os prognósticos climáticos futuros que apontam que a Austrália terá um clima mais árido, acho que isto terá uma grande impacto nos demônios", alertou Anna Bruniche-Olsen, da Universidade da Tasmânia e que também participou do estudo.

Antigamente o diabo-da-Tasmânia povoou o território continental da Austrália, mas agora seu habitat se reduziu à ilha de Tasmânia, onde este animal sofre com tumores faciais e uma baixa diversidade genética.

Este carnívoro está incluído na lista nacional da Austrália de animais em perigo de extinção e também na lista vermelha das Nações Unidas, que considera que em um prazo de 25 a 35 anos pode desaparecer se antes não for encontrada uma cura para o câncer que está acabando com a espécie.

São Paulo - A Sociedade para a Preservação dos Animais Feios (Ugly Animal Preservation Society) organizou um concurso online, em parceria com a Associação Britânica de Ciência, para eleger os animais mais feios do mundo. Apesar do tom humorístico, a iniciativa, que ocorre todos os anos, busca chamar a atenção das pessoas para o risco de extinção de muitas destas espécies de "beleza incomum" e que são desconhecidas do grande público. Conheça nos próximos slides dez campeões da feiura que merecem o seu olhar.
  • 2. Peixe-gota

    2 /12(Simon Elgood/flickr)

  • Veja também

    O peixe-gota (Psychrolutes marcidus), uma espécie ameaçada de extinção que lembra um rosto humano de bochecha flácida e amargurado, foi eleito o animal mais feio do mundo. Este peixe, que vive no Oceano Pacífico, entre 600 e 1200 metros de profundidade, corre risco de extinção devido à pesca intensiva por arrasto.
  • 3. Rato-toupeira-pelado

    3 /12(Wikimedia Commons)

  • O rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber) é um roedor encontrado na Somália, Etiópia central e no norte e leste do Quênia. Ele passa a maior parte da vida deixo da terra, nos buracos que cava com seus grandes dentes salientes. Estudos sugerem que esses ratos vivem mais que outros roedores e são resistentes ao câncer.
  • 4. Rã do Titicaca

    4 /12(Reprodução)

    A rã do Lago Titicaca, localizado nas montanhas dos Andes, tem grandes dobras na pele que funcionam como brânquias, enquanto ela está debaixo d'água. Ela encontra-se em crítico risco de extinção, devido à destruição do seu habitat, poluição, introdução de espécies exóticas e mudanças de temperatura.
  • 5. Lêmure Aye-aye

    5 /12(Getty Images)

    Este lêmure de pelos negros e olhos esbugalhados vive em árvores da floresta de Madagascar e tem hábitos noturnos. Além da visão otimizada, o aye-aye possui um dedo maior que os demais, que é usado para caçar larvas nos buracos das árvores.
  • 6. Salamandra Axolotl

    6 /12(Photopin)

    Com nome de origem asteca, que significa monstro aquático, a salamandra Axolotl não se desenvolve na fase de larva. Por isso, ela não adquire características terrestres e vive sempre no ambiente aquático.
  • 7. Toupeira nariz-de-estrela

    7 /12(Wikimedia Commons)

    Eis um convidado que jamais se atrasaria para o jantar. O nariz repleto de pequenos apêndices, como se fossem tentáculos, torna esta toupeira extremamente rápida na detecção de alimento - ela é capaz de determinar se um objeto encontrado é comestível em 8 milissegundos. Além disso, o nariz ajuda a toupeira, que é cega, a se guiar no escuro de seus túneis.
  • 8. Macaco-narigudo

    8 /12(Wikimedia Commons)

    Esta espécie de macaco é facilmente identificável por causa de seu nariz anormalmente grande. O macaco-narigudo (Nasalis larvatus) vive na ilha de Bórneu. Segundo crenças dos habitantes da ilha, ele tem a missão de iluminar os caminhos da humanidade, dando exemplos de amor aos seus semelhantes e iluminação espiritual.
  • 9. Kakapos

    9 /12(Wikimedia Commons)

    Kakapos são papagaios noturnos que podem pesar até 3,5kg. Incapazes de voar, eles sobem nas árvores. Endêmica da Nova Zelândia, essa espécie corre risco de extinção. Existem menos de 100 Kakapos no mundo hoje.
  • 10. Tartaruga focinho-de-porco

    10 /12(Wikimedia Commons)

    Encontrada em rios e lagos da Austrália e da Nova Guiné, esta tartaruga tem focinho externamente semelhante ao do porco. Pode chegar a 70 centímetros de comprimento e pesar até 20 quilos. Outras características fortes são a carapaça um pouco mole e flexível e patas em forma de nadadeiras.
  • 11. Elefante-marinho

    11 /12(Wikimedia Commons)

    O elefante-marinho é outro animal que integra a lista. Ele recebeu esse nome devido ao formato de seu enorme nariz, que lembra uma tromba - quando inflado, pode atingir até 40 cm. Os machos medem até 6 metros de comprimento e chegam a pesar 3 toneladas.
  • 12. Elas causaram “frenesi”

    12 /12(Montagem)

  • Acompanhe tudo sobre:AnimaisAustráliaMeio ambientePaíses ricos

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Ciência

    Mais na Exame