Ciência

Menores de 20 anos têm metade de probabilidade de contrair covid-19

Estudo publicado nesta terça-feira constatou que quatro em cada cinco jovens contaminados com o novo coronavírus não apresentavam sintomas

Coronavírus: pesquisa sobre efeito da covid-19 em pessoas mais novas pode definir decisões de aberturas de governos (DI YIN/Getty Images)

Coronavírus: pesquisa sobre efeito da covid-19 em pessoas mais novas pode definir decisões de aberturas de governos (DI YIN/Getty Images)

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AFP

Publicado em 16 de junho de 2020 às 14h32.

Aqueles com menos de 20 anos têm metade da probabilidade de contrair o coronavírus em comparação com o resto da população, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira que constatou que quatro em cada cinco jovens contaminados não apresentavam sintomas.

A pesquisa, publicada na revista médica Nature Medicine Journal, poderia alimentar a reflexão das autoridades sobre a conveniência de reabrir escolas à medida que seus países emergem do confinamento.

Especialistas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres desenvolveram modelos de transmissão da COVID-19, segundo a idade, com base em dados como taxa de infecção e gravidade dos sintomas em seis países: Canadá, China, Coreia do Sul, Itália, Japão, Singapura.

Concluíram que aqueles com menos de 20 anos têm metade da probabilidade de contrair a doença que os mais velhos.

Também encontraram uma grande lacuna nos casos sintomáticos em função da idade: apenas 21% dos jovens com entre 10 e 19 anos podem apresentar sintomas, em comparação com 69% daqueles com mais de 70 anos.

Os pesquisadores então simularam surtos de COVID-19 em 146 capitais do mundo para determinar se o fechamento de escolas afetava a propagação da doença.

Ao contrário dos surtos de gripe, cuja transmissão pode ser significativamente reduzida se as escolas forem fechadas, os autores observaram que a medida não tem impacto no caso do novo coronavírus.

"Abrir ou não abrir escolas é uma questão complicada", disse a co-autora do estudo Rosalind Eggo. "Nós fornecemos algumas evidências que indicam uma menor sensibilidade em crianças" à COVID-19, acrescentou.

Numerosos estudos mostraram que a COVID-19 atinge principalmente pessoas idosas. Entre as crianças, quase não existem casos, embora ainda não se saiba ao certo se é devido ao fato de elas a contraírem menos ou de não apresentarem sintomas.

Uma das explicações consideradas sugere que as crianças estão melhor protegidas, devido ao fato de terem desenvolvido uma imunidade cruzada, estando mais expostas a outros tipos de coronavírus do que os adultos.

Nicholas Davies, co-autor do estudo, também apontou que seu trabalho não permitiu "avaliar em que medida os casos assintomáticos são mais contagiosos do que os sintomáticos".

"Há alguma evidência de que indivíduos assintomáticos são menos contagiosos, e há muitas evidências de que indivíduos assintomáticos e pré-sintomáticos são certamente potencialmente contagiosos", disse ele.

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