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Galáxia semelhante à Via Láctea é observada a 12 bilhões de anos-luz

Cientistas afirmaram que ficaram supresos com o fato de não haver nenhum traço de turbulência ou instabilidade dentro da galáxia

Anel de luz: astrônomos anunciaram que detectaram uma galáxia semelhante à Via Láctea (European Southern Observatory/AFP)
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AFP

Publicado em 12 de agosto de 2020 às 16h20.

Um anel de luz dourada em um fundo preto: astrônomos anunciaram, nesta quarta-feira (12), que detectaram uma galáxia semelhante à Via Láctea, localizada a 12 bilhões de anos-luz.

Repertoriada com o código SPT0418-47, está tão distante que sua luz levou mais de 12 bilhões de anos para chegar, por isso é vista como era quando o Universo tinha 1,4 bilhão de anos, ou seja, com apenas 10% de sua idade atual, diz em nota o Observatório Europeu do Sul (ESO), que participou desta descoberta. Naquele momento, as galáxias ainda estavam se formando.

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No entanto, essa galáxia "bebê", localizada pela poderosa rede de radiotelescópios ALMA instalada no norte do Chile, curiosamente se parece com a Via Láctea: a mesma grande densidade de estrelas ao redor do bulbo central e o mesmo disco rotatório.

Foi uma grande surpresa para os astrônomos, que não acreditavam que este tipo de estrutura pudesse ter se formado há 12 bilhões de anos.

"É a primeira vez que se detecta a presença de um bulbo em um Universo tão jovem na época, o que dá à SPT0418-47 o caráter de 'sósia' mais distante da Via Láctea", se entusiasma o ESO.

Outra grande surpresa significativa para os cientistas foi o fato de não haver nenhum traço de turbulência ou instabilidade dentro da galáxia que inclusive parece surpreendentemente calma (...), o que pode inferir que o Universo jovem talvez tenha sido menos caótico do que se imaginava, mesmo pouco depois do Big Bang".

"Isso que descobrimos é bastante desconcertante: apesar de formar estrelas a uma velocidade alta e ser palco de processos altamente energéticos, SPT0418-47 é o disco galáctico mais bem ordenado observado até hoje no Universo jovem", destaca Simona Vegetti, do instituto alemão Max Planck, co-autora do estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature.

No entanto, "este resultado contradiz o conjunto de previsões das simulações digitais e de dados de observação anteriores menos detalhados", comenta Filippo Fraternali da Universidade de Groningen, na Holanda, que também participou deste estudo.

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