De onde virá a vacina contra covid-19? Quatro países lideram corrida
Reino Unido, China, Estados Unidos e Rússia tentam alcançar linha de chegada mais rápido. Mas quem vai conseguir?
Tamires Vitorio
Publicado em 29 de julho de 2020 às 10h37.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 19h35.
Até o momento, segundo o último relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) , seis vacinas contra o novo coronavírus estão na última fase de testes clínicos. São elas a britânica da Universidade de Oxford em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca, a chinesa Sinovac, as da Sinopharm em parceria com Wuhan e Pequim, a americana Moderna e a também americana da Pfizer em parceria com a alemã BioNTech.
Outras 20 estão também em testes clínicos, enquanto mais 139 estão em desenvolvimento --- totalizando 164 tentativas no mundo todo.
De todas as vacinas, quatro países se destacam em termos de testes e criam uma nova corrida científica que lembra os tempos da Guerra Fria. Dessa vez, quem chega primeiro, terá não só o sucesso científico, mas também econômico ao produzir uma proteção capaz de preencher todos os requisitos para que uma vacina seja distribuída.
São eles: o Reino Unido, a China, os Estados Unidos e a Rússia --- que, embora ainda não tenha divulgado nenhum estudo científico sobre suas vacinas, afirmou na noite desta terça-feira, 28, que uma delas estará pronta já em agosto e que 200 milhões de doses serão distribuídas. Somente a Rússia não aparece na lista da OMS como um dos países com uma vacina na última fase de testes.
Uma vacina ideal contra o vírus deve ser efetiva após uma ou duas doses, trabalhar em grupos de risco, como adultos e pessoas com condições pré-existentes, garantir uma proteção de, no mínimo, seis meses e reduzir a infecção pelo SARS-CoV-2.
Até o momento, é claro que nenhuma das opções em potencial realizou esse feito.
As 6 vacinas em fase 3:
Sinovac Biotech: a vacina chinesa que começou os testes em fase 3 no Brasil na última segunda-feira, 20, pretende fabricar até 100 milhões de doses anuais. Por aqui, 9 mil profissionais da área da saúde receberão a vacina.
Sinopharm (versões de Wuhan e Pequim): as vacinas com base em vírus inativado, que se mostraram capazes de produzir resposta imune ao vírus, começaram as fases 3 de testes neste mês nos Emirados Árabes Unidos. Cerca de 15 mil voluntários participaram do período de testes e a empresa chinesa acredita que a opção estará disponível para o público já no final do ano.
Oxford e AstraZeneca: os resultados preliminares das fases 1 e 2 da vacina com mais de mil pessoas mostraram que ela foi capaz de induzir uma resposta imune à doença. As fases dois (que ainda está ocorrendo no Reino Unido) e três de testes (acontecendo no Reino Unido, Brasil e África do Sul) devem garantir a eficácia completa dela. A opção é tida como a mais promissora pela OMS.
Moderna: empresa americana iniciou última fase de testes de sua vacina baseada no RNA mensageiro nesta segunda, 27. O teste vai incluir 30 mil pessoas nos Estados Unidos e o governo investiu pesado: cerca de 1 bilhão de dólares para apoiar a pesquisa. A expectativa da empresa é produzir 500 milhões de doses por ano.
Pfizer e BioNTech: a vacina agora também está na fase três de testes e também usa o RNA mensageiro, que tem como objetivo produzir as proteínas antivirais no corpo do indivíduo. A expectativa é testar a vacina em aproximadamente 30.000 voluntários com idades entre 18 e 85 anos no mundo. Desse total, 1.000 serão testados no Brasil. Se tudo der certo, a expectativa é que a eficácia da vacina seja comprovada até o outubro. A empresa espera produzir até 100 milhões de doses até o fim do ano. Outras 1,3 bilhão de doses podem ser fabricadas no ano que vem.
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