Biden: presidente eleito pretende colocar o cargo de conselheiro científico dentro da Casa Branca (Joe Raedle/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 08h14.
O democrata Joe Biden assume a presidência dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 20, em meio à pandemia do novo coronavírus que ameaça o mundo e o país – o mais afetado pelo vírus no mundo todo. Ao selecionar a equipe que vai tomar conta da ciência americana, Biden afirmou que "ela sempre estará na vanguarda de sua administração".
Para isso, Biden elevou a posição de conselheiro científico para um nível de gabinete na Casa Branca, primeira vez que isso acontece. "Os cientistas vão assegurar que tudo que estamos fazendo é baseado na ciência, em fatos e na verdade", afirmou o presidente eleito ao nomear sua equipe no último sábado, 16.
Como primeiro da fila para assumir o cargo de diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica e de conselheiro científico está Eric Lander, pioneiro no mapeamento do genoma humano. Lander fundou o Broad Institute do MIT e da Harvard e foi o autor do primeiro estudo que detalhou o genoma. Se assumir, será o primeiro cientista a estar na posição – durante o governo de Donald Trump, o diretor do departamento era um metereologista.
Como diretor do Institutos Nacionais da Saúde, Biden indicará o Dr. Francis Collins, que trabalhou com Lander em seu projeto, e também nomeará duas mulheres cientistas para assumir a vice-presidência do conselho científico. "Este é um time que vai ajudar a restaurar sua fé na América como pioneira na ciência e em descobertas", disse Biden.
"A ciência é descoberta, não é ficção. Também é esperança", afirmou Biden.
Já a vice-presidente eleita Kamala Harris afirmou que "os cientistas são super-heróis". "Eles estão andando conosco. Eles são professores e doutores e cientistas, são pesquisadores de vacinas... e você pode crescer e se tornar um também", disse ela.
As nomeações foram bem vistas por organizações científicas dos EUA – em especial a ideia de nomear Lander para o cargo mais alto. Segundo a American Association for the Advancement of Science, o fato de a posição chegar a um nível de gabinete "mostra a intenção da administração em involver o conhecimento científico em toda discussão política", segundo a emissora americana ABC News.