Exame Logo

Cientistas criam gadget que lê o DNA humano

Aparelho tem o tamanho de um celular - e, no futuro, poderá ser usado para acessar o código genético

MinION: produto portátil deve mapear DNA humano (Oxford Nanopore/Reprodução)

Victor Caputo

Publicado em 4 de fevereiro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2018 às 06h00.

Uma equipe de cientistas levou 13 anos e gastou mais de US$ 3 bilhões para ler o DNA de um ser humano pela primeira vez, em 2003. De lá para cá, surgiram várias empresas que oferecem análises de DNA para qualquer pessoa, mas esse serviço é muito mais limitado do que parece: ele só sequencia (lê) uma pequena parte do código genético.

Mas um novo aparelho, chamado de MinION, que tem o tamanho de um celular e foi criado pela empresa inglesa Oxford Nanopore, pode mudar isso. “Ele nos dá uma oportunidade incrível de começar a sequenciar o genoma como uma coisa de rotina, algo que as pessoas possam fazer em suas próprias casas”, afirmou Nicholas Loman, pesquisador da Universidade de Birmingham e um dos criadores do gadget, à rede inglesa BBC.

Veja também

O gadget é diferente porque consegue decodificar trechos longos do DNA , coisa o que os métodos atuais não fazem. Hoje, para ler o código genético é preciso quebrá-lo em pequenos pedaços, decodificá-los e depois reconstruir tudo, um processo difícil, lento e caro. Segundo os cientistas, o novo dispositivo tem precisão de 99,5%, e permite observar trechos do DNA humano que foram pouco estudados até hoje.

Isso pode levar a novos tratamentos contra várias doenças, como câncer (pois vai ficar mais fácil analisar o DNA dos pacientes) e infecções (a análise do genoma de bactérias pode ajudar a identificar possíveis resistências a antibióticos). O aparelho já foi usado na África, para estudar o DNA do vírus ebola, mas ainda é um protótipo, sem data de lançamento.

Este texto foi publicado originalmente no siteSuperinteressante.

Acompanhe tudo sobre:DNASaúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Ciência

Mais na Exame