Ciência

China alerta para nova pneumonia mais mortal que a covid-19

Nova epidemia já teria matado quase 2.000 pessoas e infectado mais de 100.000 pessoas no Cazaquistão. Governo local diz que alerta é equivocado

China: segundo a embaixada, mais de 100 mil pessoas já foram contaminadas por essa nova pneumonia (cnsphoto/Reuters)

China: segundo a embaixada, mais de 100 mil pessoas já foram contaminadas por essa nova pneumonia (cnsphoto/Reuters)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 10 de julho de 2020 às 07h39.

Última atualização em 13 de agosto de 2020 às 00h07.

Um novo surto de doença respiratória, potencialmente mais letal que a covid-19, pode ter começado na Ásia. A embaixada chinesa no Cazaquistão alertou seus cidadãos no país sobre uma nova "pneumonia desconhecida". Segundo a China, no primeiro semestre deste ano 1.772 pessoas morreram da doença este ano, 628 delas apenas em junho. Cerca de 100.000 pessoas já teriam sido contaminadas. "Essa taxa de mortalidade da doença é muito maior que a da covid-19 e as autoridades do Cazaquistão estão conduzindo um estudo comparativo do vírus sobre o qual ainda não há definição", afirmou a embaixada chinesa, segundo o jornal South China Morning Post.

O ministro da Saúde do Cazaquistão respondeu nesta sexta-feira, pelo Facebook. Alexei Tsoi afirmou que a informação divulgada pela China é "incorreta".

Segundo ele, a conta oficial inclui todos os tipos de pneumonias já conhecidas, incluindo as causadas por vírus e bactérias.

Ele não especificou quantos dos casos tratados como pneumonia podem na verdade ser de covid-19, nem entrou em detalhes sobre se há ou não uma nova doença em circulação no país.

A Organização Mundial da Saúde afirmou ao diário chinês que tem conhecimento apenas da circulação da covid-19 no Cazaquistão, e que a doença causada pelo novo coronavírus pode explicar o aumento nos casos de pneumonia no país.

Segundo a CNN, a capital do país, Nursultan, mais que dobrou os casos de pneumonia em relação a junho de 2020. A China afirmou que pretende trabalhar junto com o país no combate ao surto.

Romper a cortina de fumaça em torno do Cazaquistão não deve ser fácil. O país é um dos mais fechados do mundo. A capital foi rebatizada com o atual nome ano passado, em homenagem a Nursultan Nazabayev, que deixou o cargo um dia antes após governar o país desde o fim da União Soviética, 30 anos atrás.

Ele ainda é presidente do Conselho de Segurança e chefe do partido que domina o parlamento, o que lhe garante poder total sobre o país da Ásia Central. O Cazaquistão tem 17 milhões de habitantes e faz fronteira, entre outros, com a China e a Rússia (onde o atual presidente, Vladimir Putin, acabou de passar uma lei que lhe permite ficar no poder por mais duas décadas).

Conforme a notícia sobre o novo vírus mortal se espalhou pelo mundo, a China teve uma conversa por telefone com o ministro da Saúde cazaque. Os países parecem ter se entendido, segundo segundo o jornal South China Morning Post. Mas a dúvida sobre o novo vírus mortal permanece.

O Cazaquistão não reconhece o novo vírus, apesar de ser vago sobre o assunto, e a Organização Mundial da Saúde diz que provavelmente os casos aparentemente estranhos da pneumonia foram diagnosticados de forma errada.

 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCazaquistãoChinaCoronavírusDoençasSaúde

Mais de Ciência

Meteoros de rastros do Halley podem ser vistos na madrugada de domingo

AstraZeneca admite efeito colateral raro da vacina contra covid-19

Aranhas em marte? Fenômeno cria 'aracnídeos' no planeta vermelho

Ozempic ajuda na redução de consumo de tabaco e álcool, indica relatório

Mais na Exame