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'X-Men: Dias de um Futuro Esquecido' empolga com novos mutantes, mas frustra com vilão

Filme tem seus altos e baixos, mas referências e detalhes o tornam interessante para os fãs dos mutantes

x-men (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 17h36.

A expectativa criada em torno do novo e possivelmente último capítulo da saga dos X-Men no cinema foi enorme. Seria a volta de Bryan Singer, dos primeiros X-Men, como diretor da série, e a história giraria em torno de duas HQs consagradas dos mutantes, a dupla “Dias de um Futuro Esquecido”, que dá nome ao filme. Adaptações seriam feitas na trama para levá-la ao cinema, é claro, mas como um todo, havia potencial para superar mesmo o segundo filme. No entanto, o sucesso aqui é relativo.

“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” tem a proposta de unir dois universos dos mutantes, basicamente: o do presente/futuro, apresentado nos três primeiros filmes (2000 a 2006), e o do passado, mostrado no divertido “Primeira Classe” (2011). A junção acontece por meio de uma viagem no tempo, como era de se imaginar – algo que sempre exige cautela na hora de ser abordado em uma trama, devido à facilidade com que falhas podem aparecer.

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Na história, os mutantes – e a humanidade toda, na verdade – estão em um futuro apocalíptico, à beira da extinção, graças à proliferação dos robôs Sentinelas. Idealizadas pelo Dr. Bolivar Trask (Peter Dinklage, interpretando um quase-Hitler), as máquinas de guerra são especializadas em eliminar seres com mutações genéticas, mesmo que não manifestadas. E por isso mesmo, até pessoas “normais” acabam sendo mortas pelos robôs ou jogadas em campos de concentração – referências ao nazismo aparecem algumas vezes no filme.

Poucos membros dos X-Men seguem vivos na trama, e um pequeno grupo deles fica viajando no tempo para tentar sobreviver. A equipe, aliás, é formada por ex-alunos da escola Xavier: a atravessadora de paredes e agora telepata Kitty (Ellen Page) e o Homem de Gelo Bobby (Shwan Ashmore), juntos da ótima Blink (Bingbing Fan), do Colossus (Daniel Cudmore), de Apache (Booboo Stewart), do Mancha Solar (Adan Canto) e de Bishop (Omar Sy).

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Aos sete, ainda se junta o grupo de veteranos Xavier, Magneto, Wolverine e Tempestade (todos já presentes nos últimos filmes), que têm a ideia de mandar Wolverine – o personagem principal – quase meio século no passado para tentar impedir a criação dos robôs Sentinelas. O plano é encontrar, nos anos 70, as versões jovens dos dois anciões (James McAvoy e Michael Fassbender) e com a ajuda deles, impedir que Mística (Jennifer Lawrence) mate o Dr. Trask e inicie a onda de ódio aos mutantes.

Parece confuso, mas, ao menos na tela, o enredo não dá tantos nós assim na cabeça – e o grande número de mutantes confunde pouco, mais empolgando do que frustrando. Essa mesma empolgação, no entanto, não aparece inteira no desenrolar da história: por ser uma viagem ao passado, a trama já está toda feita. Wolverine precisa, basicamente, amenizar a briga de egos entre os jovens Xavier e Eric – usando para isso os relatos do futuro triste de onde veio –, para depois levá-los ao local onde o assassinato aconteceria.

Há reviravoltas, é claro, quase sempre protagonizadas por Magneto. Mas não dá para dizer que elas são de todo imprevisíveis – pela biografia do mutante controlador de metais e por seu papel nos outros filmes, sabemos que o ódio dele pelos humanos, aliado à vontade de colocar seus semelhantes no “topo da cadeia”, é enorme.

Ainda assim, não deixam de existir pontos a se destacar no filme, em especial alguns detalhes nos personagens e na própria trama. Os mutantes apresentados em “Dias de um Futuro Esquecido”, por exemplo: Apache, Mancha Solar e Bishop não chamam tanta atenção, mas Blink, com sua “arma de portais” integrada às mãos, é um espetáculo à parte. As cenas de luta protagonizadas por ela e pelos companheiros mutantes empolgam bastante. Mercúrio, que aparece nos anos 70, é outro ótimo adendo à trama: além de ser um mutante bem cômico, a parte que mostra a invasão dele ao Pentágono é das melhores do filme todo.

Mesmo os mutantes já velhos conhecidos protagonizam algumas boas cenas aqui – em especial, os Magnetos, que brigam com Sentinelas mesmo com quase 80 anos e ainda chegam a tirar um estádio inteiro do chão. O Wolverine do passado ainda rende algumas boas risadas, enquanto a Mística surpreende pela versatilidade e a Tempestade impressiona com o poder de derrubar naves de transporte com bastante facilidade.

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Mas em termos de personagens, falta um bom vilão ao filme. Os Sentinelas são apenas robôs programados para matar, e não dá para julgar as motivações como era possível com Magneto no X-Men 3. Já o pai deles, Dr. Bolivar Trask, até tem a mentalidade detestável típica de um bom antagonista. Mas Peter Dinklage não tem tantas chances de mostrá-la como teve Brian Cox e seu William Stryker de X-Men 2, o último filme da série dirigido por Bryan Singer.

De qualquer forma, pelas referências, pelos detalhes e pela boa adaptação dos quadrinhos – mesmo com Wolverine indo ao passado no lugar de Kitty, como acontece na HQ –, o filme deve agradar aos fãs dos X-Men, mesmo com o desenrolar até previsível da trama. Talvez não tanto quanto capítulos anteriores, como o segundo filme e o já mencionado “Primeira Classe”, mas suficiente para servir como um “desfecho” digno à série.

As aspas estão aí, aliás, porque a saga deve ser reiniciada depois desse capítulo, e o oitavo filme dos mutantes, “Apocalypse”, já está prometido para 2016. Há inclusive um teaser dele no final dos créditos, então vale ficar alguns minutos a mais no cinema. “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” estreia nos cinemas daqui nesta quinta-feira, 22 de maio.

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