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Torcida corintiana faz campanha contra atacante que agrediu namorada

A hashtag #JuninhonoCorinthiansNão foi criada em protesto por torcedores e torcedoras do time paulista contra a chegada de Juninho, emprestado pelo Sport

Corinthians: time divulgou uma mensagem em seu perfil no Instagram orientando para que abusos sejam denunciados, e lembrou os 12 anos da lei Maria da Penha (Torcida do Corinthians/Wikimedia Commons)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 10h03.

Última atualização em 8 de agosto de 2018 às 10h20.

São Paulo - O Corinthians deve acertar a contratação por empréstimo do atacante Juninho, que pertence ao Sport e estava emprestado para o Ceará. O jogador fará parte do time de juniores e, se for aprovado, poderá ser integrado ao elenco principal. Entretanto, sua chegada pode ser cancelada, pois o jogador foi indiciado por agressão, ameaça e injúria contra sua namorada, em novembro do ano passado, e a torcida já iniciou protestos contra a contratação do atleta.

Horas antes de o acerto com o jogador ser revelado, o Corinthians divulgou uma mensagem em seu perfil no Instagram orientando para que qualquer abuso contra as mulheres seja denunciado, como parte da celebração pelos 12 anos da criação da Lei Maria da Penha. A negociação foi divulgada pelo Sport e o time paulista ainda não confirmou o acerto justamente por causa da repercussão negativa causada nas redes sociais.

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O Estado apurou que a diretoria tem duas linhas de frente para o caso e está avaliando qual delas seguirá. A primeira é trabalhar com a ideia de que tentará recuperar o jovem e lhe dar uma segunda chance. A outra vertente é desistir do negócio e evitar mais problemas para o clube.

Juninho foi acusado em novembro do ano passado de agredir uma namorada, com quem teve uma relação por cinco meses. Em entrevista, a jovem agredida, que entrou com uma medida protetiva para que ele se mantivesse longe dela, contou o que aconteceu em uma das vezes em que foi agredida.

"Quando chegamos no apartamento, assim que descemos, eu disse que não dormiria com ele. Que apenas conversaria e iria embora. Foi quando ele me deu o primeiro tapa no rosto e as câmeras do prédio filmaram. Quando subimos, ele me trancou dentro do quarto e foi quando começou tudo. Que eu era obrigada a ficar com ele, porque, se eu saísse de lá, eu iria acabar com a carreira dele, porque todo mundo no clube já sabia que ele tinha me agredido. Quando falei que iria embora, ele levantou procurando uma faca, porque disse que teria que me matar, porque quando eu fosse embora, saberia que eu chamaria a polícia pelas agressões que ele fez. Deu murros no meu rosto, puxou o meu cabelo... E disse que teria que me matar para poder proteger a carreira dele", contou a jovem.

Sem clima para seguir no Sport, Juninho foi emprestado ao Ceará, onde também foi recebido com muito protesto, praticamente não conseguindo atuar. Fez apenas cinco jogos, sem marcar gols, o que levou o time cearense a desejar devolvê-lo ao pernambucano. Além da violência contra a mulher, Juninho também é acusado de ter problemas disciplinares e não se dedicar nos treinamentos.

Após o Sport anunciar o acerto com o Corinthians, torcedores e torcedoras do time paulista se revoltaram com a notícia e criaram uma hashtag chamada #JuninhonoCorinthiansNão.

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