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Roger Waters desafia lei eleitoral e volta a criticar Bolsonaro em show

A 30 segundos da vigência da lei eleitoral que impede manifestações sobre a eleição, o músico colocou a hashtag "EleNão" no telão de show em Curitiba

Roger Waters: músico declarou que era a última chance de "resistir ao fascismo" antes deste domingo (Divulgação/Reprodução)

Marília Almeida

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 10h53.

Última atualização em 28 de outubro de 2018 às 15h35.

São Paulo - Alertado pela Justiça Eleitoral do Paraná de que não poderia fazer manifestações políticas após às 22h deste sábado (27), dia anterior à eleição, Roger Waters , ex-baixista e compositor do Pink Floyd, deu um jeito de desafiar a recomendação quase meia hora após o início do seu show, às 21h30 desse sábado, em Curitiba.

Trinta segundos antes das 22h, o músico, que está em turnê por diversos estados do país, lançou no telão o aviso "Temos 30 segundos" e, em seguida, apareceu o aviso: "Essa é a nossa última chance de resistir ao fascismo antes de domingo". O músico, então, concluiu o alerta com a hashtag "EleNão", uma manifestação contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. Para depois arrematar: "São 10:00. Obedeçam a lei", uma forma de driblar a "censura" que sofreu de parte do público nos primeiros shows que fez no país, em São Paulo.

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Roger Waters perdeu seu pai durante o nazismo e, em composições da banda de rock progressivo, especialmente no álbum "The Wall", sempre discursou contra o autoritarismo e a perda de liberdades individuais, elementos que estão presentes no discurso do candidato do PSL.

No primeiro show em São Paulo, Roger Waters incluiu o nome de Bolsonaro entre diversos políticos ao redor do globo , entre eles Donald Trump, e alertou sobre a volta do fascismo no mundo. Vaiado por parte da platéia, no segundo show na cidade ele colocou uma faixa de censura no nome de Bolsonaro . No show em Salvador, fez uma homenagem a capoeirista assassinado na cidade por motivações políticas e, no Rio, homenageou Marielle Franco , vereadora do PSOL assassinada em março.

Bolsonaro reagiu às críticas e chegou a pedir a cassação de Fernando Haddad (PT) por conta da turnê do músico .A campanha de Bolsonaro alega que, em turnê pelo País, Roger Waters pôs em prática “ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa” contra o candidato, beneficiando diretamente o adversário petista. A Justiça Eleitoral do Paraná disse que, caso Waters não seguisse as regras, poderia ser "responsabilizado criminalmente" pela contravenção.

O show de Curitiba foi o penúltimo show do músico no país. Ele encerra a turnê "Us and then" na terça-feira (30) em Porto Alegre, quando podemos esperar mais manifestações políticas do músico, ainda mais após o resultado do pleito neste domingo.

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