Quem foi Erasmo Carlos? Conheça a carreira do Tremendão e seus maiores trabalhos
Morreu na manhã desta terça-feira, 22, o cantor e compositor Erasmo Carlos, um dos maiores nomes da MPB
Julia Storch
Publicado em 22 de novembro de 2022 às 14h56.
Última atualização em 22 de novembro de 2022 às 15h12.
Morreu na manhã desta terça-feira, 22, o cantor e compositorErasmo Carlos, um dos maiores nomes da MPB. Erasmo estava internado no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O início da carreira deErasmo Carlos e aJovem Guarda
Na década de 1950, o carioca do bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, formou o grupo musical The Snakes, que acompanhava músicos iniciantes como Tim Maia e Roberto Carlos. Foi nessa época que Erasmo se aproximou de Roberto Carlos, e incorporou o segundo nome, Carlos, em homenagem ao amigo e a Carlos Imperial.
Ao lado de Roberto Carlos e Wanderléa, Erasmo participou do programa Jovem Guarda, e cunhou o apelido Tremendão. Nesta época, seus grandes sucessos foram as músicas "Gatinha Manhosa" e "Festa de Arromba".
Anos 1970
Anos mais tarde, Erasmo Carlos assinou um contrato com a gravadora Polydor, e durante a primeira metade da década produziu músicas com influências da cultura hippie e do soul.
Durante a década também lançou os discos "Sonhos e Memórias, Projeto Salva Terra", "Banda dos Contentes" e "Pelas Esquinas de Ipanema", com sucessos das músicas "Sou uma Criança, Não Entendo Nada", "Cachaça Mecânica" e "Filho Único".
Com uma carreira de 54 anos, ele nos convida a participar. É assim desde os anos 1960, quando foi um dos criadores da Jovem Guarda, movimento cultural que mudou o comportamento dos jovens na época e introduziu o rock no Brasil. Passando por todas estas revoluções musicais e sociais, o Tremendão completou 81 anos em junho.
Anos 1980, 1990 e 2000
Durante a década de 1980, Erasmo lança o álbum "Erasmo Convida", com 12 faixas com colaborações de artistas como Wanderléa, Roberto Carlos, As Frenéticas, Gilberto Gil, Rita Lee, Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Tim Maia, Jorge Ben e Caetano Veloso.
Também lançou outros trabalhos como "Mulher" (1981), "Amar pra Viver ou Morrer de Amor" (1982), "Buraco Negro" (1984), "Erasmo Carlos" (1985), "Abra Seus Olhos" (1986) e "Apesar do Tempo Claro..." (1988).
Nos anos 90, Erasmo assinou o álbum "Homem de Rua" (1992), que teve uma faixa como tema do personagem Bira, interpretado por Guilherme de Pádua na novela "De Corpo e Alma". Após Pádua assassinar a atriz Daniella Perez, Erasmo decidiu tirar a música de seu repertório.
Em 1995, o Tremendão comemorou 30 anos da Jovem Guarda, com lançamentos de discos e shows pelo país.
Em 1996, o cantor e compositor lançou o álbum "É Preciso Saber Viver", com regravações de seus trabalhos.
Erasmo Carlos também teve uma carreira no cinema. Em 1970, participou do longa "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa". Em 1971, interpretou Pedro Navalha no filme "Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora", e no ano seguinte Erasmo ganhou o Troféu APCA como melhor coadjuvante masculino pelo filme "Os Machões Teleco".
Em 1984, participou do filme "O Cavalinho Azul Cowboy". O Tremendão voltou a atuar em 2018, com o filme "Paraíso Perdido" e em 2020, com "Modo Avião".
Em 2019, o músico ganhou a cinebiografia "Minha Fama de Mau", com interpretação de Chay Suede. O filme está disponível no Globoplay.
Seu último trabalho
Erasmo Carlos lançou pela Som Livre o álbum “O Futuro Pertence À… Jovem Guarda” em fevereiro deste ano. O projeto de releituras de canções do movimento da Jovem Guarda reúne oito faixas, as quais Erasmo nunca havia gravado anteriormente.
No repertório, releituras de músicas que foram sucessos com sucessos da época como Golden Boys, Vips, Renato e seus Blue Caps, Eduardo Araújo, Roberto Carlos, entre outros.
Após finalizar o álbum, o cantor caiu na estrada para apresentar o novo trabalho ao público em uma turnê nacional passando por Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.
Única canção escrita pelos parceiros Roberto e Erasmo Carlos do álbum, “A Volta”, ganhou a companhia de mais sete faixas inéditas que receberam novos arranjos musicais para este projeto: “Nasci para Chorar” versão brasileira de “(I Was) Born to Cry” (Dion DiMucci) escrita por Erasmo em 1964, “Ritmo da Chuva” (Demétrius), versão brasileira de “Rhythm of the Rain” (John Claude Gummoe), “Alguém na Multidão” (Rossini Pinto), “O Tijolinho” (Wagner Benatti), “Esqueça” (Roberto Corte Real), versão brasileira de “Forget Him” (Mark Anthony), “Devolva-me” (Lilian Knapp/Renato Barros) e “O Bom” (Eduardo Araújo/Carlos Imperial).