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Primeiro dia do Lollapalooza: falhas na organização e bom show do Foo Fighters

Público enfrentou filas enormes para comprar bebida, comida e ir ao banheiro, e viu shows com problemas de som

David Grohl, vocalista do Foo Fighters, no primeiro dia do Lollapalooza Brasil, no Jockey Club de São Paulo
 (Divulgação)

David Grohl, vocalista do Foo Fighters, no primeiro dia do Lollapalooza Brasil, no Jockey Club de São Paulo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2012 às 12h39.

Não deu outra. Os 75.000 frequentadores do primeiro dia da estreia do Lollapalooza no Brasil, que aconteceu neste sábado, sofreram com a inexperiência da organização. No local em que aconteceu o festival, o Jockey Club de São Paulo, o público enfrentou o calor, filas imensas para ir ao banheiro ou comprar comida e bebida, viu quase todos os shows com problemas de som e ainda passou aperto para deixar o evento ao fim do último show. Resta aos frequentadores torcer para não passar por tudo isso de novo neste domingo, segundo e último dia do evento.

Filapalooza

Para um festival que acontece a céu aberto e a partir do meio-dia, era de se esperar que a organização providenciasse locais com sombra para os frequentadores se protegerem do sob. Não havia. E pior ainda era enfrentar o calor nas filas gigantescas do festival, que começavam já na entrada. Na verdade, eram tantas filas que o festival ganhou o apelido de "filapalooza" entre os frequentadores nas redes sociais. Comprar uma água ou cerveja era sinônimo de enfrentar três filas enormes (que atravessavam o Jockey e levavam até duas horas): primeiro para comprovar a maioridade, depois para comprar fichas e, finalmente, para fazer o pedido em algum dos quiosques de alimentação. Eram poucos os vendedores ambulantes. A água custava quatro reais, a cerveja, oito reais - e as fichas compradas ontem não terão validade hoje. Para usar um dos 1.000 banheiros químicos disponibilizados no festival, também havia filas enormes.

Sobe o som

Depois de enfrentar as filas, era hora de assistir aos shows. No palco Butantã, o segundo principal, onde tocaram Cage the Elephant, Band of Horses e Joan Jett, o som estava baixo, falho e, às vezes, atrapalhado pelo som que vazava do palco do Perry (Farrell, líder do Jane's Addiction e fundador do Lollapalooza), tenda eletrônica vizinha em que também tocou a dupla Perryetty, formada por ele e sua mulher, Etty. No palco principal, o Cidade Jardim, em que se apresentaram O Rappa e TV On the Radio, não havia outros palcos próximos atrapalhando, mas o som continuava baixo. Até mesmo no Foo Fighters, ficou difícil sentir o peso das três guitarras do grupo.


Mas a trupe de Dave Grohl não decepcionou e fez o possível para empolgar os fãs. Com um setlist similar ao tocado na Argentina na semana passada, Grohl alternou bons hits antigos, desde This is a Call, Learn to Fly e My Hero, até às músicas do disco mais recente, Wasting Light, como Arlandria, Walk e Rope, as mais bem executadas. Ficaram ótimos também sucessos da banda do começo dos anos 2000, como Times Like These, Best of You e All My Life, eleita para abrir o show.

Como esperado, Joan Jett subiu ao palco do Foo Fighters, assim como fez em todos os shows que tocaram na América do Sul nesta turnê, para cantar o hit Bad Reputation, que ela lançou em 1981. No fim da música, nada de ela ir embora: a banda emendou I Love Rock 'n Roll, outro hit de 1981 de Joan.

O show ainda teve espaço para firulas e experimentações, além de covers como Feel Good Hit of the Summer, do Queens of the Stone Age, e In the Flesh?, do Pink Floyd. Foi uma apresentação memorável, e que matou a sede dos fãs paulistanos, que assistiam pela primeira vez a um show da banda. O Foo Fighters já veio ao Brasil, mas tocou só no Rock in Rio, em 2001. "Prometo que não vamos demorar mais 17 anos. Vamos gravar um disco novo, e então voltamos com mais músicas legais, pode ser?", avisou Grohl.

Saída de emergência? 

No fim do show, mais problemas. A maior parte do público seguiu em direção à saída mais próxima. Quando a multidão chegou lá, encontrou um portão fechado, e membros da organização que avisavam: "essa daqui não é a saída, é a saída de emergência".

Após certa insistência do público, a saída começou a ser liberada por este portão, por onde passava apenas uma pessoa por vez. Irritada, a multidão começou a forçar o portão. Só meia-hora depois os seguranças cederam e abriram a saída. Como desafio final, os frequentadores ainda tiveram de andar alguns quilômetros até os metrôs e trens próximos, ou para pegar um táxi, porque os carros não chegavam até os portões do festival, localizados em uma rua que foi interditada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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