Pilota de 19 anos quer ser a mais jovem a dar a volta ao mundo sozinha
Na aeronave, serão apenas a jovem, seus podcasts, um telefone via satélite e um rádio para se comunicar com os controladores aéreos dos países que ela sobrevoar; viagem deve durar até novembro
GabrielJusto
Publicado em 18 de agosto de 2021 às 18h03.
Última atualização em 18 de agosto de 2021 às 19h56.
Zara Rutherford, uma piloto de 19 anos, decolou nesta quarta-feira(18) da Bélgica em seu ultraleve de dois lugares, para a primeira etapa de sua volta ao mundo, passando por 52 países e cinco continentes. A belga-britânica sonha em se tornar astronauta, mas hoje seu objetivo é ser a mulher mais jovem a voar sozinha ao redor do globo.
O trajeto começou com uma curta travessia do Canal da Mancha, de sua cidade natal, Kortrijk (Flandres, oeste da Bélgica), até a costa da Inglaterra. As próximas etapas a levarão por oceanos, desertos, florestas e a vasta natureza da Sibéria. Em seu minúsculo avião a hélice, um ultraleve Shark UL, pesando apenas 325 quilos, ela pretende contornar aeroportos movimentados, com exceção do JFK em Nova York, e planeja pousar em pequenos aeródromos onde deve reabastecer a aeronave.
A jovem obteve autorizações para sobrevoar Groenlândia, Honduras, Arábia Saudita e Mianmar e estará sozinha em todos os voos, que terão duração de cinco a seis horas cada. Zara Rutherford não é a piloto mais jovem a tentar dar a volta ao planeta sozinha. O britânico Travis Ludlow, de 18 anos, tomou esta posição em julho. Mas, ela pretende ser a mulher mais jovem a alcançar esse feito. Além de bater o recorde, quer se tornar uma inspiração.
"Eu realmente espero encorajar meninas e mulheres jovens a entrarem na aviação, ciência, tecnologia, engenharia e matemática", disse ela antes de decolar. “Cresci sem ver muitas mulheres nesses setores e foi muito desanimador. Então, desejo mudar isso”, insiste. Sua odisseia aérea pode ser acompanhada em seu site: FlyZolo.com e na plataforma TikTok.
"Alcançar as estrelas"
A jovem tem um telefone via satélite e um rádio para se comunicar com os controladores aéreos dos países que ela sobrevoar, mas na cabine ficará sozinha com suas músicas e podcasts.
Embora nenhuma outra aeronave vá acompanhá-la, sua equipe de apoio na Bélgica planejou cuidadosamente a aventura e obteve as autorizações necessárias para voar em espaços aéreos de pouco mais de cinquenta países. Depois da Bélgica e das Ilhas Britânicas, o primeiro desafio será atravessar o Atlântico, depois passará pela Mongólia e Sibéria, às vezes longe de áreas habitadas.
“Não dormi bem, pois estou bastante nervosa e muito animada. Ainda não consigo acreditar, vou começar a acreditar quando aterrissar no Reino Unido”, confidenciou à AFP.
No aeroporto de Kortrijk-Wevelgem, sua família, amigos, o prefeito da cidade e alguns jornalistas se reuniram para testemunhar o início de sua aventura. Um momento difícil para sua mãe belga, Béatrice De Smet.
"Obviamente, sinto uma mistura de emoções. Sou mãe e meu coração aperta ao vê-la partir assim", desabafa. Mas, ao mesmo tempo, "estou extremamente orgulhosa do seu voo e da missão por trás dele, que é encorajar as meninas a seguirem seus sonhos e alcançarem as estrelas", diz ela, enquanto o ultraleve de sua filha desaparece no céu cinza de Flandres.
Se tudo correr como planejado, Zara voltará à Bélgica no dia 4 de novembro e com outro objetivo: iniciar os estudos de engenharia.