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Morre aos 95 anos a escritora francesa Edmonde Charles-Roux

Durante a ocupação alemã, Charles-Roux entrou para a resistência sob as ordens do general Lattre de Tassigny

Edmonde Charles-Roux: em 1950 se tornou a chefe de redação da Vogue, mas foi demitida em 1966 por publicar na capa a foto de uma modelo negra (Kenzo Tribouillard / AFP)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 09h22.

A escritora , jornalista e integrante da resistência francesa Edmonde Charles-Roux, que nasceu em uma família burguesa, mas ficou famosa por sua luta a favor do feminismo e militância socialista, faleceu na quarta-feira em Marselha aos 95 anos.

Famosa pelos trajes elegantes, esta filha de diplomata de sorriso luminoso e olhar enigmático foi enfermeira e integrante da resistência durante a ocupação nazista da França, feminista, militante socialista, jornalista de moda e escritora.

Nascida em 17 de abril de 1920 em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris, em uma família da grande burguesia de Marselha.

Passou os primeiros anos de sua vida em Praga e Roma, onde seu pai era embaixador no Vaticano até o início da Segunda Guerra Mundial.

Aos 19 anos, em pleno conflito, se tornou enfermeira voluntária no exército e entrou para a resistência em Marselha, sob o comando do general Lattre de Tassigny, fiel ao general Charles de Gaulle.

Foi ferida duas vezes e recebeu a Cruz de Guerra, uma condecoração militar.

Em 1947, contra a opinião da família, passou a trabalhar com Françoise Giroud e Hélène Lazareff na revista Elle, criada dois anos antes.

Entre 1950 e 1966 dirigiu a edição francesa da revista Vogue, onde publicava 20 páginas de cultura em cada número, com colaborações de amigos como o escritor comunista Louis Aragon ou o poeta homossexual Jean Genet.

Os colaboradores, polêmicos na época, não agradavam aos proprietários americanos da revista e ela foi demitida por publicar na capa a foto de uma modelo negra.

Em 1955 participou na elaboração da série de romances históricos de muito sucesso "Les Rois maudits" ("Os reis malditos), sob a coordenação de Maurice Druon.

Amor absoluto

Em 1966 conheceu o prefeito socialista de Marselha Gaston Defferre, com quem se casou em 1973. Os dois formaram um dos casais mais famosos de Marselha.

Defferre, que também foi ministro do Interior do presidente socialista François Mitterrand, morreu em maio de 1986, após 20 anos de uma história de "amor absoluto", nas palavras da escritora, que em 2001 dedicou ao marido o livro de fotografias "O Homem de Marselha".

"Dizem que faço parte da 'esquerda caviar' e talvez seja verdade. Mas o importante é a esquerda. Se, além disso, há caviar, melhor ainda, significa que estamos destinados a viver à direita e que temos o coração à esquerda", afirmou.

Em 1966 recebeu o prêmio Goncourt por seu primeiro romance, "Oublier Palerme". Em 1971 lançou "Elle, Adrienne" e em 1974 "L'Irrégulière", uma biografia de Coco Chanel.

Também escreveu "Une enfance sicilienne" (1981), "Un désir d'Orient" (1989) e "Nomade j'étais" (1995), assim como os livretos para vários balés de Roland Petit.

Em 1983 entrou para o júri da Academia Goncourt, que concede o prestigioso prêmio de mesmo nome. Presidiu a academia entre 2002 e 2014, quando cedeu o comando ao escritor Bernard Pivot.

No dia 7 de janeiro, decidiu abandonar a academia por razões de saúde e cedeu seu posto ao escritor, dramaturgo e diretor de teatro Eric-Emmanuel Schmitt.

Texto atualizado às 10h22.

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A escritora , jornalista e integrante da resistência francesa Edmonde Charles-Roux, que nasceu em uma família burguesa, mas ficou famosa por sua luta a favor do feminismo e militância socialista, faleceu na quarta-feira em Marselha aos 95 anos.

Famosa pelos trajes elegantes, esta filha de diplomata de sorriso luminoso e olhar enigmático foi enfermeira e integrante da resistência durante a ocupação nazista da França, feminista, militante socialista, jornalista de moda e escritora.

Nascida em 17 de abril de 1920 em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris, em uma família da grande burguesia de Marselha.

Passou os primeiros anos de sua vida em Praga e Roma, onde seu pai era embaixador no Vaticano até o início da Segunda Guerra Mundial.

Aos 19 anos, em pleno conflito, se tornou enfermeira voluntária no exército e entrou para a resistência em Marselha, sob o comando do general Lattre de Tassigny, fiel ao general Charles de Gaulle.

Foi ferida duas vezes e recebeu a Cruz de Guerra, uma condecoração militar.

Em 1947, contra a opinião da família, passou a trabalhar com Françoise Giroud e Hélène Lazareff na revista Elle, criada dois anos antes.

Entre 1950 e 1966 dirigiu a edição francesa da revista Vogue, onde publicava 20 páginas de cultura em cada número, com colaborações de amigos como o escritor comunista Louis Aragon ou o poeta homossexual Jean Genet.

Os colaboradores, polêmicos na época, não agradavam aos proprietários americanos da revista e ela foi demitida por publicar na capa a foto de uma modelo negra.

Em 1955 participou na elaboração da série de romances históricos de muito sucesso "Les Rois maudits" ("Os reis malditos), sob a coordenação de Maurice Druon.

Amor absoluto

Em 1966 conheceu o prefeito socialista de Marselha Gaston Defferre, com quem se casou em 1973. Os dois formaram um dos casais mais famosos de Marselha.

Defferre, que também foi ministro do Interior do presidente socialista François Mitterrand, morreu em maio de 1986, após 20 anos de uma história de "amor absoluto", nas palavras da escritora, que em 2001 dedicou ao marido o livro de fotografias "O Homem de Marselha".

"Dizem que faço parte da 'esquerda caviar' e talvez seja verdade. Mas o importante é a esquerda. Se, além disso, há caviar, melhor ainda, significa que estamos destinados a viver à direita e que temos o coração à esquerda", afirmou.

Em 1966 recebeu o prêmio Goncourt por seu primeiro romance, "Oublier Palerme". Em 1971 lançou "Elle, Adrienne" e em 1974 "L'Irrégulière", uma biografia de Coco Chanel.

Também escreveu "Une enfance sicilienne" (1981), "Un désir d'Orient" (1989) e "Nomade j'étais" (1995), assim como os livretos para vários balés de Roland Petit.

Em 1983 entrou para o júri da Academia Goncourt, que concede o prestigioso prêmio de mesmo nome. Presidiu a academia entre 2002 e 2014, quando cedeu o comando ao escritor Bernard Pivot.

No dia 7 de janeiro, decidiu abandonar a academia por razões de saúde e cedeu seu posto ao escritor, dramaturgo e diretor de teatro Eric-Emmanuel Schmitt.

Texto atualizado às 10h22.

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