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Ícone do feminismo na passarela, Dior pede sororidade em desfile em Paris

Na Semana de Moda de Paris, a Dior deixou claro que comprar roupas, bolsas e sapatos é um ato político

Dior em Paris: "A moda quer apoiar a mulher em todas as situações", disse a estilista (CBertrand Rindoff Petroff/Getty Images)
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AFP

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 09h46.

Ícone do feminismo na passarela, a diretora artística da Dior , Maria Grazia Chiuri, reivindicou nessa terça-feira (26) a sororidade em seu desfile parisiense mais "british".

A italiana, que entre seus looks mais famosos para a Dior tem uma camiseta branca com a frase "We should all be feminists" ("todos deveríamos ser feministas", em português) deu um passo além nesse combate, ao estampar novos slogans militantes como "Sisterhood global" ("rmandade feminina global", em português).

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Bianca Jagger, Jennifer Lawrence e Cara Delevingne foram algumas das estrelas que assistiram ao desfile no Museu Rodin de Paris. No cenário, as paredes eram cobertas de fotografias de corpos femininos em posições que recriavam as letras do alfabeto, obra concebida pela italiana Tomaso Binga, que utilizou um pseudônimo masculino para parodiar o domínio dos homens no mundo da arte.

A própria Binga, de 87 anos, fez o início do desfile lendo um texto em italiano em que defendia a necessidade de que as mulheres "se autogerenciem". Estava acompanhada por duas modelos com camisetas reivindicando a sororidade, com lemas que Chiuri encontrou nos títulos dos livros da poetisa americana Robin Morgan.

"A moda quer apoiar a mulher em todas as situações. Por isso, é preciso colaborar com outras artistas para produzir um efeito internacional", disse em entrevista à AFP a estilista italiana antes do desfile.

"Hoje, comprar é um ato político. À margem das peças, bolsas e sapatos, as pessoas querem que pro trás dos objetos existam valores em que acreditem" e "meu valor é a irmandade feminina", disse.

Feminista com ares masculinos

A italiana revirou os inesgotáveis arquivos da marca fundada em 1946 para se inspirar no que Christian Dior pegou emprestado da cultura britânica, especialmente nos anos 1950, quando lançou seu famoso "New Look".

"Alguns movimentos viveram essa época de uma maneira totalmente diferente, como as Teddy Girls", uma subcultura feminina do pós-guerra, disse diretora artística da Dior desde 2016.

Naquela época "Londres representava a tradição e ao mesmo tempo sua ruptura". E as Teddy Girls "usavam as jaquetas justas com camisas, jeans e sapatilhas. As silhuetas eram menos burguesas", disse.

Em sua vontade de atualizar o "New Look", a Dior apresentou para o próximo outono-inverno uma coleção de prêt-à-porter com looks que recorrem à tecnologia para serem cada vez mais leves.

A clássica "jaqueta bar" se reinventa segundo uma linha mais masculina na modelagem, na gola e nos tecidos utilizados.

O tartã entra com força e inunda toda a coleção, com looks em tons de verdee vermelho usados com chapéus de tecido. A estampa vichy masculiniza algumas propostas, enquanto a seda e o tule aparecem combinados com jaquetas de couro e cinto largo do mesmo material.

Saint Laurent: fiel a seu estilo sexy

Aos pés da Torre Eiffel, a Saint Laurent desfilou uma coleção oposta ao espírito da Dior, apostando em vestidos pretos justos e extremamente sexies.

Decotes, transparências e shorts minis voltaram à passarela da grife, marca que o estilista belga Anthony Vaccarello imprimiu desde sua chegada. Laços e babados também ganharam espaço nesse desfile misto.

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