Estudo: violinos Stradivarius não são melhores que modernos
Em teste, dois violinos de fabricação recente foram os que tiveram as maiores pontuações e um velho Stradivarius ficou em terceiro lugar
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2014 às 18h03.
Washington - Os violinos criados há mais de três séculos pelo luthier de Cremona, Antonio Stradivari, são lendários e podem custar milhões de dólares, mas, às cegas e guiados por seu ouvido, os músicos de agora preferem os instrumentos modernos.
No próximo mês de junho a casa Sotheby"s leiloará um instrumento saído em 1719 das mãos de Stradivari, a chamada viola Mcdonald, e o preço de partida é de US$ 45 milhões.
Stradivari fez entre 1.000 e 1.100 instrumentos, incluindo violinos, violoncelos, harpas e violas, dos quais sobrevivem 650, entre eles de 450 a 512 violinos.
Os Stradivarius foram tema de romances e filmes e alvo de roubos e buscas e, mais recentemente, de um debate sobre qual seria a causa misteriosa de seu "voz" peculiar, sua comparação com os violinos que se manufaturam atualmente, e agora de uma pesquisa científica.
Claudia Friz, uma pesquisadora do som na Universidade de Sorbonne (Paris), modificou um experimento que já tinha feito dois anos antes, respondendo às críticas, e em setembro do ano passado pôs dez solistas de diferentes partes do mundo perante uma dúzia de violinos.
A pesquisa foi publicada nesta semana na revista "Proceedings" da The National Academy of Sciences.
Os testes foram realizados na residência de uma família de músicos profissionais de cordas, e em Coeur de Ville, em Vicennes, uma sala com 300 assentos famosa por sua acústica.
O experimento envolveu seis instrumentos italianos antigos, cinco deles Stradivarius, e seis instrumentos de manufatura moderna, e foi dividido em três partes.
Na primeira, os dez solistas avaliaram os 12 violinos em uma pequena sala de ensaios; depois os mesmos violinistas avaliaram os 12 instrumentos no auditório com a possibilidade de um acompanhamento de piano.
Na última parte do experimento os solistas usaram os instrumentos com acompanhamento de orquestra na Coeur de Ville perante uma audiência de 50 pessoas formada por luthiers, músicos e críticos musicais.
Todos os violinos foram colocados sobre uma mesa e os solistas tiveram liberdade de escolher o que, hipoteticamente, poderia substituir seu próprio instrumento durante uma turnê.
Os violinistas tiveram 50 minutos para testar todos os violinos que desejassem, usando seus próprios arcos, e assim elegeram os quatro considerados melhores.
E embora os músicos tenham variado em suas preferências, dois violinos de fabricação recente foram os que tiveram as maiores pontuações em todo o grupo e um velho Stradivarius ficou em terceiro lugar.
Em conjunto, os violinos novos receberam 35 pontos a seu favor e os velhos receberam apenas quatro.
"A perene busca do "segredo" dos Stradivarius é fútil, porque ele não existe" comentou Fritz.
"Os "strads" são instrumentos notáveis, sobreviveram 300 anos e são de uma manufatura linda. Mas essas mesmas propriedades são encontradas também em violinos novos", acrescentou.
Washington - Os violinos criados há mais de três séculos pelo luthier de Cremona, Antonio Stradivari, são lendários e podem custar milhões de dólares, mas, às cegas e guiados por seu ouvido, os músicos de agora preferem os instrumentos modernos.
No próximo mês de junho a casa Sotheby"s leiloará um instrumento saído em 1719 das mãos de Stradivari, a chamada viola Mcdonald, e o preço de partida é de US$ 45 milhões.
Stradivari fez entre 1.000 e 1.100 instrumentos, incluindo violinos, violoncelos, harpas e violas, dos quais sobrevivem 650, entre eles de 450 a 512 violinos.
Os Stradivarius foram tema de romances e filmes e alvo de roubos e buscas e, mais recentemente, de um debate sobre qual seria a causa misteriosa de seu "voz" peculiar, sua comparação com os violinos que se manufaturam atualmente, e agora de uma pesquisa científica.
Claudia Friz, uma pesquisadora do som na Universidade de Sorbonne (Paris), modificou um experimento que já tinha feito dois anos antes, respondendo às críticas, e em setembro do ano passado pôs dez solistas de diferentes partes do mundo perante uma dúzia de violinos.
A pesquisa foi publicada nesta semana na revista "Proceedings" da The National Academy of Sciences.
Os testes foram realizados na residência de uma família de músicos profissionais de cordas, e em Coeur de Ville, em Vicennes, uma sala com 300 assentos famosa por sua acústica.
O experimento envolveu seis instrumentos italianos antigos, cinco deles Stradivarius, e seis instrumentos de manufatura moderna, e foi dividido em três partes.
Na primeira, os dez solistas avaliaram os 12 violinos em uma pequena sala de ensaios; depois os mesmos violinistas avaliaram os 12 instrumentos no auditório com a possibilidade de um acompanhamento de piano.
Na última parte do experimento os solistas usaram os instrumentos com acompanhamento de orquestra na Coeur de Ville perante uma audiência de 50 pessoas formada por luthiers, músicos e críticos musicais.
Todos os violinos foram colocados sobre uma mesa e os solistas tiveram liberdade de escolher o que, hipoteticamente, poderia substituir seu próprio instrumento durante uma turnê.
Os violinistas tiveram 50 minutos para testar todos os violinos que desejassem, usando seus próprios arcos, e assim elegeram os quatro considerados melhores.
E embora os músicos tenham variado em suas preferências, dois violinos de fabricação recente foram os que tiveram as maiores pontuações em todo o grupo e um velho Stradivarius ficou em terceiro lugar.
Em conjunto, os violinos novos receberam 35 pontos a seu favor e os velhos receberam apenas quatro.
"A perene busca do "segredo" dos Stradivarius é fútil, porque ele não existe" comentou Fritz.
"Os "strads" são instrumentos notáveis, sobreviveram 300 anos e são de uma manufatura linda. Mas essas mesmas propriedades são encontradas também em violinos novos", acrescentou.