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Estilista lança coleção de alta-costura para deficientes

Pela primeira vez, a famosa passarela de Milão abre suas portas para uma coleção de peças de luxo para deficientes como um convite a encarar o problema

Moledos mostram criação de Antonio Urzi durante a Semana de Moda de Milão: além de cores e da beleza, o objetivo é trabalhar a diversidade e a imperfeição na moda (AFP/ Frazer Harrison)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 18h06.

Milão - O estilista italiano Antonio Urzi, que já vestiu celebridades como Lady Gaga e Beyoncé, revolucionou a Semana de Moda de Milão ao apresentar a primeira coleção de Alta-costura para deficientes .

Conhecido por seu trabalho na Armani, onde criou obras-primas para Jennifer Lopez, Rihanna e Britney Spears, dessa vez Urzi vestiu Jack Eyers, modelo amputado de 25 anos, cuja presença nas passarelas causou estranheza, já que a deficiência não é comum no mundo da moda.

"Minha vida mudou totalmente, sinto como se tivesse dado uma volta inteira em uma montanha russa", confessa Eyers, que devido a uma má-formação congênita na perna direita teve que amputá-la aos 16 anos.

"Fusão com a perna", diz ao mostrar a prótese que Urzi incorporou aos desenhos que apresenta em Milão, armaduras futuristas metalizadas em que ao invés de esconder, a falta da perna é explorada com naturalidade.

Deficiência, um acessório a mais

"Urzi usou minha perna mecânica, a deficiência, como um acessório que faz parte da mesma criação. É algo genial", diz o atlético modelo, porta-voz da “Modelos da Diversidade”, uma agência especializada em promover a diversidade nas passarelas.

O estilista italiano, eclético e autodidata, que foi dançarino de discoteca, é especialista em usar materiais rígidos, como o alumínio e o acrílico.

Pela primeira vez a famosa passarela de Milão abre suas portas para uma coleção de peças de luxo para deficientes como um convite a encarar o problema.

"As grandes marcas deveriam começar a pensar de forma diferente e a contribuir, porque o mundo está cheio de deficientes que querem aparecer como nós", disse Urzi.

"Se alguém perde o braço ou sua perna há algo diferente do ponto de vista artístico, e posso criar uma escultura", explica o estilista enquanto prepara o desfile com o lema "static dynamic" (estático dinâmico).

Depois das participações em Nova York e de uma iniciativa organizada pela FTL Moda em colaboração com a Fundação Vertical, uma associação italiana que trabalha para promover a pesquisa de lesões da medula espinhal, Antonio Urzi promove a normalização das deficiências na moda.

"Estamos prontos para isso", reconhece a presidente da FTL, Ilaria Nicolini.

"Com esse desfile mostramos ao mundo que os lugares de maior prestígio da moda estão dispostos a abrir as portas aos deficientes", diz satisfeita.

Deficientes em todas as passarelas

Além de cores e da beleza, o objetivo é aceitar a diversidade e a imperfeição na moda . "Muitos temem que desfilemos porque não querem chocar o público", confessa o modelo.

"Têm medo, não sabem como nos empregar, como se apresenta uma roupa em uma pessoa em cadeira de rodas ou com um membro amputado. Não querem também que o modelo apareça mais do que as roupas", explica.

Desde que desfilou pela primeira vez em 2012, durante os Jogos Paralímpicos de Londres, Eyers já fez várias campanhas publicitárias.

"Quando temos a impressão de ser belos, nos sentimos bem. Integrar à moda as pessoas com deficiência eleva a moral", acrescenta.

O modelo espera também que em poucos anos a moda e a deficiência desfilem de mãos dadas em todas as passarelas do mundo.

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Milão - O estilista italiano Antonio Urzi, que já vestiu celebridades como Lady Gaga e Beyoncé, revolucionou a Semana de Moda de Milão ao apresentar a primeira coleção de Alta-costura para deficientes .

Conhecido por seu trabalho na Armani, onde criou obras-primas para Jennifer Lopez, Rihanna e Britney Spears, dessa vez Urzi vestiu Jack Eyers, modelo amputado de 25 anos, cuja presença nas passarelas causou estranheza, já que a deficiência não é comum no mundo da moda.

"Minha vida mudou totalmente, sinto como se tivesse dado uma volta inteira em uma montanha russa", confessa Eyers, que devido a uma má-formação congênita na perna direita teve que amputá-la aos 16 anos.

"Fusão com a perna", diz ao mostrar a prótese que Urzi incorporou aos desenhos que apresenta em Milão, armaduras futuristas metalizadas em que ao invés de esconder, a falta da perna é explorada com naturalidade.

Deficiência, um acessório a mais

"Urzi usou minha perna mecânica, a deficiência, como um acessório que faz parte da mesma criação. É algo genial", diz o atlético modelo, porta-voz da “Modelos da Diversidade”, uma agência especializada em promover a diversidade nas passarelas.

O estilista italiano, eclético e autodidata, que foi dançarino de discoteca, é especialista em usar materiais rígidos, como o alumínio e o acrílico.

Pela primeira vez a famosa passarela de Milão abre suas portas para uma coleção de peças de luxo para deficientes como um convite a encarar o problema.

"As grandes marcas deveriam começar a pensar de forma diferente e a contribuir, porque o mundo está cheio de deficientes que querem aparecer como nós", disse Urzi.

"Se alguém perde o braço ou sua perna há algo diferente do ponto de vista artístico, e posso criar uma escultura", explica o estilista enquanto prepara o desfile com o lema "static dynamic" (estático dinâmico).

Depois das participações em Nova York e de uma iniciativa organizada pela FTL Moda em colaboração com a Fundação Vertical, uma associação italiana que trabalha para promover a pesquisa de lesões da medula espinhal, Antonio Urzi promove a normalização das deficiências na moda.

"Estamos prontos para isso", reconhece a presidente da FTL, Ilaria Nicolini.

"Com esse desfile mostramos ao mundo que os lugares de maior prestígio da moda estão dispostos a abrir as portas aos deficientes", diz satisfeita.

Deficientes em todas as passarelas

Além de cores e da beleza, o objetivo é aceitar a diversidade e a imperfeição na moda . "Muitos temem que desfilemos porque não querem chocar o público", confessa o modelo.

"Têm medo, não sabem como nos empregar, como se apresenta uma roupa em uma pessoa em cadeira de rodas ou com um membro amputado. Não querem também que o modelo apareça mais do que as roupas", explica.

Desde que desfilou pela primeira vez em 2012, durante os Jogos Paralímpicos de Londres, Eyers já fez várias campanhas publicitárias.

"Quando temos a impressão de ser belos, nos sentimos bem. Integrar à moda as pessoas com deficiência eleva a moral", acrescenta.

O modelo espera também que em poucos anos a moda e a deficiência desfilem de mãos dadas em todas as passarelas do mundo.

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