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Documentarista relata tensão na filmagem da fuga de Snowden

Laura Poitras já se viu em muitas situações arriscadas no Iraque e no Iêmen, mas nunca sentiu tanto perigo como quando filmou Edward Snowden em Hong Kong

Laura Poitras: “Acho que ele (Snowden) certamente corria perigo, e eu com certeza senti muito medo" (Eduardo Munoz/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 10h58.

Nova York - A documentarista norte-americana Laura Poitras já se viu em muitas situações arriscadas no Iraque e no Iêmen, mas nunca sentiu tanto perigo como quando filmou Edward Snowden em um hotel de Hong Kong enquanto ele se preparava para denunciar os programas secretos de vigilância operados pelo governo dos Estados Unidos.

Esses oito dias de tensão compôem o âmago de “Citizenfour”, seu relato sobre como o ex-prestador de serviços da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) decidiu, em 2013, divulgar na mídia dezenas de milhares de documentos confidenciais, e a repercussão global dessa ação.

“Acho que ele (Snowden) certamente corria perigo, e eu com certeza senti muito medo. Já trabalhei em zonas de conflito, mas senti mais medo trabalhando neste filme do que quando trabalhei em Bagdá”, disse Poitras à Reuters.

“Estava claro para mim, quando começamos a nos comunicar por e-mail, que se aquilo era legítimo íamos enfurecer algumas das pessoas mais poderosas do mundo, pessoas que iriam tentar pôr um fim nisso. Trata-se de instituições poderosas, que têm uma alcance enorme”, acrescentou.

“Citizenfour” estreia em alguns cinemas dos EUA nesta sexta-feira, e seu título vem do apelido que Snowden usou quando abordou Poitras através de e-mails criptografados com o propósito de expor como a NSA reúne dados de atividades na Internet e de telefonemas de milhões de norte-americanos comuns e de dezenas de líderes mundiais.

Poitras compartilhou um Prêmio Pulitzer por seu papel na divulgação destas informações, e “Citizenfour” está sendo cotado por especialistas em premiações para uma indicação ao Oscar em janeiro. A revista Variety o classificou como “um retrato extraordinário” de Snowden, e o site Salon.com o descreveu como “uma história de espionagem real, urgente e cativante que deveria ser vista por todos os norte-americanos”.

Quando Poitras iniciou sua comunicação com Snowden, hoje com 31 anos e vivendo na Rússia com a namorada, supôs que ele fosse se manter no anonimato, e não tinha nenhuma expectativa de filmá-lo.

“Ele não queria que a história fosse sobre ele. Queria que o público entendesse o que o governo estava fazendo. (Mas) eu disse ‘mesmo que você não queira que eu trate de você, pela própria natureza do noticiário, isso vai se tornar uma história a seu respeito. E você precisa ser capaz de articular suas motivações’”, afirmou.

Poitras espera que o documentário permita ao público tirar suas próprias conclusões sobre Snowden, que é procurado nos EUA sob acusações nos termos do Ato de Espionagem e visto ora como traidor, ora como herói.

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Esses oito dias de tensão compôem o âmago de “Citizenfour”, seu relato sobre como o ex-prestador de serviços da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) decidiu, em 2013, divulgar na mídia dezenas de milhares de documentos confidenciais, e a repercussão global dessa ação.

“Acho que ele (Snowden) certamente corria perigo, e eu com certeza senti muito medo. Já trabalhei em zonas de conflito, mas senti mais medo trabalhando neste filme do que quando trabalhei em Bagdá”, disse Poitras à Reuters.

“Estava claro para mim, quando começamos a nos comunicar por e-mail, que se aquilo era legítimo íamos enfurecer algumas das pessoas mais poderosas do mundo, pessoas que iriam tentar pôr um fim nisso. Trata-se de instituições poderosas, que têm uma alcance enorme”, acrescentou.

“Citizenfour” estreia em alguns cinemas dos EUA nesta sexta-feira, e seu título vem do apelido que Snowden usou quando abordou Poitras através de e-mails criptografados com o propósito de expor como a NSA reúne dados de atividades na Internet e de telefonemas de milhões de norte-americanos comuns e de dezenas de líderes mundiais.

Poitras compartilhou um Prêmio Pulitzer por seu papel na divulgação destas informações, e “Citizenfour” está sendo cotado por especialistas em premiações para uma indicação ao Oscar em janeiro. A revista Variety o classificou como “um retrato extraordinário” de Snowden, e o site Salon.com o descreveu como “uma história de espionagem real, urgente e cativante que deveria ser vista por todos os norte-americanos”.

Quando Poitras iniciou sua comunicação com Snowden, hoje com 31 anos e vivendo na Rússia com a namorada, supôs que ele fosse se manter no anonimato, e não tinha nenhuma expectativa de filmá-lo.

“Ele não queria que a história fosse sobre ele. Queria que o público entendesse o que o governo estava fazendo. (Mas) eu disse ‘mesmo que você não queira que eu trate de você, pela própria natureza do noticiário, isso vai se tornar uma história a seu respeito. E você precisa ser capaz de articular suas motivações’”, afirmou.

Poitras espera que o documentário permita ao público tirar suas próprias conclusões sobre Snowden, que é procurado nos EUA sob acusações nos termos do Ato de Espionagem e visto ora como traidor, ora como herói.

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