Diretor ucraniano Valentyn Vasyanovych, após ganhar prêmio no Festival de Veneza. (Piroschka van de Wouw/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de março de 2022 às 12h02.
Última atualização em 15 de março de 2022 às 13h22.
Desde que a Rússia iniciou a invasão de seu país, o diretor ucraniano Valentyn Vasyanovych recorreu ao que conhece melhor para se juntar ao esforço de guerra: sua câmera.
Juntamente com o produtor Vladimir Yatsenko, o diretor de 50 anos, cujos filmes analisam conflitos e suas consequências, diz que está documentando o que está acontecendo em Kiev.
Suas imagens incluem pessoas sendo retiradas de Irpin, atravessando uma ponte destruída na cidade atingida por bombardeios.
"Sou muito melhor manuseando uma câmera do que uma arma... Posso aprender coisas, posso filmar, posso criar imagens, posso simplesmente assistir e entender", disse Vasyanovych à Reuters.
"Vou descobrir mais tarde o que pode ser feito com essa filmagem, o que pode ser criado a partir de tudo o que está acontecendo aqui... Prefiro fazer imagens do que usar armas."
Como outros, Vasyanovych disse que tinha uma arma e fez algum treinamento antes de a Rússia lançar o que chama de "operação especial" na Ucrânia no mês passado.
"Tive a sensação de que uma situação como essa poderia surgir, que Kiev poderia ser atacada", disse ele.
"Quando for necessário, todos nós teremos de usar armas contra os ocupantes russos."
Nascido na cidade de Zhytomyr, no norte da Ucrânia, Vasyanovych estreou no cinema em 2012. Seu filme de 2019 Atlantis, sobre um soldado que sofre de transtorno de estresse pós-traumático, ganhou o prêmio de melhor filme na seção Orizzonti no Festival de Cinema de Veneza daquele ano.