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Como o novo CEO da Volvo quer dobrar as vendas no Brasil em 2024

Marcelo Godoy assume a operação brasileira com a meta de vender 17.000 carros no ano que vem. As estratégias: aposta no EX30 e baixo repasse de impostos

Marcelo Godoy, CEO da Volvo Brasil: meta ousada em momento desafiador (Volvo/Divulgação)

Marcelo Godoy, CEO da Volvo Brasil: meta ousada em momento desafiador (Volvo/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 06h00.

A Volvo está deixando de lado a discrição das raízes suecas e pretende fazer bastante barulho no ano que vem. A meta é ousada: dobrar as vendas, de cerca de 8.000 carros este ano para 17.000 unidades em 2024. E isso em pleno momento de aumento de impostos para carros eletrificados.

Quem explica de que forma a montadora quer atingir esses números é Marcelo Godoy, que acaba de assumir o cargo de presidente para o Brasil. O executivo antecipou para EXAME Casual a estratégia da marca durante um café da manhã para alguns jornalistas, na terça-feira 5.

A grande aposta da marca é o EX30, um SUV compacto 100% elétrico apresentado este ano em um evento em Milão. O carro fabricado na China está em pré-venda no Brasil e já tem 2.000 unidades reservadas. O preço de entrada é 220.000 reais. “O modelo deve atingir um público expandido, que não está hoje na marca e nem na eletrificação”, diz Godoy.

Meta é vender 8.000 unidades do EX30

A meta da empresa é vender por volta de 8.000 unidades do EX30 em 2024. “Entre os outros modelos, a ideia é crescer as vendas entre 15% e 20%”, afirma Godoy. Estão disponíveis hoje no mercado brasileiro dois modelos elétricos, o C40 Recharge e o XC40 Recharge, e os híbridos XC60 Recharge e XC90 Recharge.

A aposta no EX30 é clara: um modelo de entrada, com a chancela Volvo, para clientes hoje de marcas como Toyota e Jeep. Em termos de produto, está previsto para o ano que vem ainda o lançamento do EX60, uma versão expandida do EX30, além de um face lifting nos atuais XC60 e XC90.

A estratégia de crescimento da marca passa também pelo repasse apenas parcial dos novos impostos para o consumidor final. Pela nova regra, a taxação de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in volta a partir de janeiro de 2024 e chegará a 35% até julho de 2026, progressivamente.

Repasse de 7,7% de imposto para o cliente

Na Volvo, o repasse médio para o consumidor será de 7,7%. O novo EX30 terá um ajuste de somente 5%, que vale já para quem adquiriu o carro na pré-venda. O XC40 e o C40 receberão 10%. E os modelos XC60 e XC90, com motorização híbrida, terão seus valores ajustados em 10%. Isso para todo o ano de 2024.

“Uma coisa que conquistamos e que não vamos perder é a liderança em carros elétricos no segmento premium”, diz Godoy. “Mesmo com o aumento de imposto queremos manter a relevância da marca, e isso passa por garantir e aumentar o volume.”

Dessa forma, dentro de uma estratégia global, a operação brasileira sacrifica parte da margem. “Isso reafirma nosso compromisso com o país”, afirma o executivo. “Fizemos algo parecido na crise de 2015 e 2016. Foi o momento lá atrás de construir marca e ajudar a acelerar a eletrificação no país.”

A importância do Brasil para a Volvo

Marcelo Godoy deixou o cargo de diretor financeiro para ser o novo líder da empresa sueca no país. Tem oito anos de empresa e 25 anos de experiência profissional. É formado em economia pela Fundação Santo André e já passou por diversos setores, como telefonia e construção civil, além de uma breve passagem pelo mercado financeiro

Sua nomeação faz parte de uma reestruturação ampla, que mostra o bom momento da operação brasileira. O executivo assumiu a vaga deixada por Luis Rezende, que no mês passado foi nomeado head de Global Importers, uma operação de mais de 60 países. Fazem parte dessa estrutura o México, América Latina, países do leste Europeu e Ásia, África do Sul, entre outros.

Toda a região deve atingir um patamar de vendas de 55.000 veículos neste ano. Isso é mais do que todo o mercado brasileiro de carros premium. A meta de chegar a 17.000 carros vendidos este ano mostra a expectativa em relação ao mercado brasileiro.

“Foi uma transição trabalhada e desenhada”, afirma Godoy. “Se fosse há uns três anos eu estaria bastante ansioso, mas agora me sinto preparado e tranquilo para esse desafio.”

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