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Barcelona, o pior comprador do planeta: R$ 400 mi no lixo

O superclube catalão costuma jogar com um time formado quase todo dentro de casa. Melhor assim: quando resolve investir em contratações, custa a acertar

Quando decide gastar, o supertime de Lionel Messi costuma fazer grandes trapalhadas (Getty Images)

Quando decide gastar, o supertime de Lionel Messi costuma fazer grandes trapalhadas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 19h12.

A semifinal da Liga dos Campeões desta quarta-feira coloca frente a frente duas filosofias completamente opostas. O inglês Chelsea é famoso por gastar fortunas tirando jogadores consagrados das equipes rivais. Do outro lado, o Barcelona é considerado um modelo de como construir grandes equipes sem gastar muito dinheiro, investindo mais nas categorias de base do que nas transações milionárias.

Se em muitos jogos o time inglês vai a campo sem nenhum atleta formado no clube, os catalães costumam jogar com pelo menos sete ou oito crias da própria casa. O trabalho do Barça com os jovens é tão bem sucedido que quase sempre dispensa a necessidade de contratar reforços antes do início de cada temporada.

Ainda bem. Porque quando decide gastar, o supertime de Lionel Messi costuma fazer grandes trapalhadas. Apenas na última década, foram vários negócios fracassados (confira no quadro abaixo), desde a dispensa de jogadores que são comprados por fortunas poucos anos depois (como Piqué e Fábregas) até a escolha equivocada de reforços que nem sequer entram em campo com a camisa azul e grená (como o brasileiro Keirrison).

Somados apenas os casos mais notórios, o Barça desperdiçou um total de 161 milhões de euros, entre investimentos que se provaram furados e gastos desnecessários. É o equivalente a quase 400 milhões de reais - valor que cobriria os gastos de La Masía, a sede das categorias de base do Barça e o local onde os talentos de Messi, Xavi e Iniesta foram lapidados, por anos e anos.

Seleção do desperdício: 11 grandes 'burradas' do Barcelona

Em apenas uma década, o clube torrou pelo menos 161 milhões de euros em péssimos negócios

Rustu

O goleiro turco brilhou na Copa de 2002, quando quase parou o Brasil nas semifinais. No ano seguinte, trocou o Fenerbahce pelo Barça, com alto salário e muita moral. Uma contusão na pré-temporada deu a chance para Valdés, das categorias de base, assumir a vaga de titular. Depois de jogar apenas quatro partidas, acabou sendo emprestado de volta ao Fenerbahce.

Henrique

O defensor revelado pelo Coritiba explodiu no Palmeiras, em 2008. O Barça pagou 10 milhões de euros pelo brasileiro, e decidiu emprestá-lo ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, para que Henrique se acostumasse ao futebol europeu. Repassado ao Racing Santander depois de uma temporada, acabou voltando ao Palmeiras no ano passado, sem jamais defender o Barça.


Piqué

É claro que ter o zagueiro espanhol no time não é um mau negócio - hoje, ele é um dos melhores defensores do mundo. Mas o Barça investiu dinheiro em sua formação durante anos e anos - e o deixou escapar para o Manchester United de graça, antes mesmo de assinar seu primeiro contrato. Teve de pagar 6 milhões de euros para levá-lo de volta à Catalunha, em 2008.

Chigrinskiy

Em 2009, o Barcelona ficou impressionado com o desempenho do zagueiro ucraniano do Shakhtar Donetsk. Tanto que aceitou torrar 25 milhões de euros na sua contratação. No Camp Nou, foi um fiasco tão grande que durou apenas um ano. Foi vendido de volta para o mesmo Shakhtar - agora, por 15 milhões de euros. Ou seja: mais dez milhões de euros jogados no lixo.

Cáceres

O uruguaio se destacou jogando pelo Villareal, em 2008. O Barça pagou 16,5 milhões de euros, mas Cáceres não passou de um reserva de luxo. Seu desempenho ficou tão abaixo do esperado que Cáceres acabou sendo emprestado à Juventus e, depois, ao Sevilla - que o contratou em definitivo em 2011, por uma pechincha: 3 milhões de euros. Prejuízo: 13,5 milhões.

Fábregas

O excelente Fábregas entra na lista pelo mesmo motivo que Piqué. Era parte de uma geração de ouro nas categorias de base, mas acabou indo embora aos 16 anos, sem dar lucro algum ao clube. Transformado em capitão e ídolo do Arsenal, da Inglaterra, custou caro na volta ao Camp Nou: 34 milhões de euros, mais 5 milhões em caso de títulos conquistados com ele em campo.

Hleb

Assim como Fábregas, o jogador da Bielo-Rússia é outro que foi tirado do Arsenal pelo Barça. Antes não tivesse saído de Londres. Contratado por 15 milhões de euros, não se adaptou ao estilo de jogo da equipe, foi emprestado para três outras equipes (Stuttgart, Birmingham e Wolfsburg) e teve seu contrato rescindido. Hoje, joga no Krylia Sovetov, da primeira divisão russa.

Riquelme

O craque do Boca Juniors e da seleção argentina foi levado ao Camp Nou para ser o novo Maradona. Parecia ter sido ótimo negócio: foram só 11 milhões de euros, valor baixo para os padrões europeus. Mas o meia, famoso por ser temperamental e irregular, não brilhou. Depois de apenas um ano, foi repassado ao Villareal, onde deslanchou. Foi vendido por 7 milhões de euros.

Keirrison

O artilheiro revelado pelo Coritiba e consagrado no Palmeiras parecia ter seu destino traçado: a Europa e a seleção. O Barça correu para contratá-lo, por 14 milhões de euros. Um desperdício de dinheiro. Keirrison ainda é do Barcelona - mas, sem jamais ter vestido a camisa azul-grená, já foi emprestado a Benfica, Fiorentina, Santos, Cruzeiro e... Coritiba, onde voltou à estaca zero.


Ibrahimovic

O sueco foi uma das contratações mais caras da história do futebol. Para tirá-lo da Inter de Milão, o Barça investiu 69,5 milhões de euros - 49,5 milhões em dinheiro vivo mais o ídolo Samuel Eto'o, avaliado em mais 20 milhões. Além de não ter se adaptado ao time, provocou confusões no clube catalão. Voltou para a Itália - onde o Milan pagou "apenas" 24 milhões de euros por seus gols.

Gudjohnsen

O islandês fazia sucesso no Chelsea. O Barça, que vivia uma fase espetacular, com Ronaldinho Gaúcho no auge, decidiu torrar 12 milhões de euros na sua contratação. Mas, como muitos já previam, o casamento não deu certo - o futebol de "Guddy", baseado na força e no jogo aéreo, não tinha nada a ver com a escola do Barcelona. Foi repassado ao Monaco por apenas 3 milhões.

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