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Bar Brahma gasta R$ 250 mil com “novo normal" e Bar Léo fecha filial

Além das duas marcas, a Fábrica de Bares ainda administra Blue Note e Riviera, entre outras, e também se decidiu pelo fechamento do longevo Ilha das Flores

Fachada do Bar Brahma: de volta desde 28 de agosto (Divulgação/Divulgação)

Fachada do Bar Brahma: de volta desde 28 de agosto (Divulgação/Divulgação)

DS

Daniel Salles

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 12h44.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 13h10.

Mais de 70 anos de história na esquina mais conhecida de São Paulo, a da Avenida Ipiranga com a São João, e zero de faturamento por mais de quatro meses. A equação resume o atual momento do tradicionalíssimo Bar Brahma, um dos mais conhecidos e queridos entre os paulistanos. Tão logo a quarentena se mostrou inevitável, a Fábrica de Bares, a holding que o controla, optou por demitir todos os funcionários do endereço, um batalhão formado por cerca de 100 pessoas. “Sem nenhuma perspectiva de faturamento no horizonte não vimos outra alternativa”, explica Caire Aoas.

Ele é um dos proprietários da holding e filho de Álvaro Aoas, um dos responsáveis pela retomada do Bar Brahma em 2001. A demissão em massa deu origem a rumores de que a casa fecharia em definitivo e Caire confessa que a ideia chegou a passar pela cabeça dos donos – e em relação a todos os empreendimentos administrados pela Fábrica de Bares, entre os quais o Blue Note, o Bar Léo, o Jacaré e o Bar dos Arcos, no Teatro Municipal, para citar os mais famosos. “Para faturar só 20% do que antes em razão dos novos protocolos sanitários é melhor não reabrir”, justifica o empresário.

Bar Léo no Rio de Janeiro, do mesmo grupo: fechado para sempre (Divulgação/Divulgação)

Batido o martelo na continuidade do Bar Brahma, que voltou a receber clientes no dia 28 de agosto, os proprietários desembolsaram 250 mil reais para adaptá-lo ao “novo normal”. Parte do dinheiro foi gasta com a implantação de sistemas, desenvolvidos em parceria com a Zig Pay, que diminuem o contato entre clientes e funcionários. Além do cardápio atrelado a um QR Code, que já se vê em todos os lugares, e o pagamento digital, o estabelecimento adotou um aparelho que permite que os clientes aproximem sua comanda e registrem os pedidos. Atadas nos braços dos garçons, as maquininhas aposentaram as canetas e os papeizinhos com os quais a quantidade de chopes consumidos sempre foi anotada. Os dados dos clientes ficam registrados, o que permite que a casa informe, futuramente, sobre novidades e promoções.

Outras soluções tecnológicas adotadas pelo Bar Brahma, inaugurado há exatos 72 anos, são as plataformas Eshows e Estaff. A primeira facilita a contratação de atrações musicais e a segunda agiliza a busca por funcionários para o setor de restaurantes. “Queremos implantar todas essas novidades em nossas outras casas e disponibilizá-las para empreendimentos terceiros”, revela Caire.

Garçom do Bar Brahma: fim da comanda de papel (Divulgação)

Por ora, só dois bares do grupo foram fechados em definitivo, a unidade do Bar Léo no Rio de Janeiro (ficava no centro carioca) e o longevo Ilha das Flores, em São Paulo, em atividade desde 1991 (é o estabelecimento vizinho ao açougue deBetti Dry Aged). “São empreendimentos que já não iam bem antes da pandemia”, reconhece o empresário. De volta à ativa, o Bar Brahma computa agora 30% do faturamento registrado antes da quarentena. A clientela é recepcionada com novidades no cardápio como canapé de bacalhau desfiado (41 reais) e filé à parmegiana para compartilhar (115 reais). Que venham mais 72 anos.

Bar Brahma
Endereço: Avenida São João, 677, Centro, São Paulo; tel. (11) 5199-2150/94746-1951.
Horário de funcionamento: 14h/ 22hs de ter. a sex. e 13h/ 21h de sáb. e dom.

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