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As melhores dicas das artes plásticas para o fim de semana

Foto MIS 2019 e exposição na Pinacoteca estão entre as dicas culturais para o fim de semana

Beiras, de Renata Tassinari (Renata Tassinari/Divulgação)

Beiras, de Renata Tassinari (Renata Tassinari/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 13 de setembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2019 às 06h00.

Foto Mis 2019

“Haenyeo, Mulheres do Mar” é uma das cinco mostras que compõem o evento anual de fotografia do MIS, em São Paulo. Produzido entre 2017 e 2019 pelo fotógrafo paulistano Luciano Candisani, o conjunto traz três grupos de mergulhadoras entre 65 e 95 anos que mantêm a tradição de caçar, a 10 metros de profundidade, sem cilindro de oxigênio, peixes, polvos e outros seres do fundo do mar.

Outra mostra é “Todos iguais, todos diferentes?”, do fotógrafo francês Pierre Verger, que reúne retratos realizados entre as décadas de 1930 e 1970 ao redor do mundo. Outro pilar é a remontagem da primeira exposição individual do fotógrafo Thomaz Farkas, “Estudos fotográficos: 70 anos de memória”.

“Caretas de Maragojipe”, de João Farkas, retrata o carnaval do recôncavo baiano como patrimônio imaterial. Completam o panorama a mostra “Moventes”, composta de obras do acervo do MIS.

Onde: MIS-SP, Avenida Europa, 158, Jardim Europa, (11) 2117-4777. Até 13 de outubro.

Foto MIS 2019

Foto MIS 2019 (Luciano_Candisani/Divulgação)

Beiras, de Renata Tassinari

Na última década, a pintora paulistana deu uma guinada na carreira ao incorporar a superfície do acrílico e a textura da madeira na composição de suas obras coloridas. Desse modo, o que consideramos como “tela” deixou de ser um elemento neutro e passou a fazer parte da estrutura dos trabalhos.

Sua última exposição individual em São Paulo foi em 2015. Nesta nova, ela apresenta três conjuntos que representam sua produção mais recente. São obras que chamam atenção pelos retângulos e quadrados padronizados que parecem conviver em harmonia, mesmo que as combinações sejam a princípio dissonantes.

“Nota-se de saída que esses trabalhos pretendem se deslocar pelo espaço, em alguns casos sugerindo até mesmo continuidade com a parede. Sem dúvida, a referência é Mondrian”, escreveu a crítica de arte Taisa Palhares.

Onde: Galeria Marília Razuk, Rua Jerônimo da Veiga, 131, Itaim, São Paulo. Até 1 de novembro.

Beiras, de Renata Tassinari

Beiras, de Renata Tassinari (Renata Tassinari/Divulgação)

Desobediências Poéticas, de Grada Kilomba

Com curadoria de Jochen Volz, diretor geral da Pinacoteca, e Valéria Piccoli, a curadora-chefe do museu, a primeira individual da artista portuguesa reúne quatro trabalhos. Expostos nas salas vizinhas às que exibem a produção artística brasileira do século XIX do acervo da instituição, eles propõem uma espécie de restituição do lugar das vozes daqueles que foram silenciados ao longo da história.

Radicada em Berlim, a lisboeta é conhecida por sua escrita subversiva e pelo uso não convencional de práticas artísticas. Produz vídeos, instalações e performances usando a própria voz e o corpo, além de seus textos. É fortemente influenciada pelo trabalho de Frantz Fanon (1925-1961), psiquiatra e filósofo francês da Martinica.

Na obra “Illusions Vol. I, Narcissus and Echo” a artista recorre ao mito de Narciso e de Eco para explorar as políticas de invisibilidade, questionando a noção de “branquitude” como componente imperativo nas memórias e realidades do mundo pós-colonial.

Já a instalação “Table of Goods”, composta de um monte de terra com pequenas porções de mercadorias coloniais como açúcar, café, cacau e chocolate, faz menção à história da escravatura e do pós-colonialismo, relembrando séculos de mortes de trabalhadores africanos para produzir os bens e os prazeres das elites.

Onde: Pinacoteca: Praça da Luz 2, São Paulo, SP – Salas A B C D, 2º andar, Pina Luz. Até 30 de setembro

Desobediências Poéticas, de Grada Kilomba

Desobediências Poéticas, de Grada Kilomba (Grada Kilomba/Divulgação)

Interiores, retratos (e paisagens), de Luiz Braga

“O que marca seu trabalho, me parece, é a maneira como ele constrói suas imagens pelo contraste (ora sutil, ora marcado) entre a luz artificial e a luz natural, fato que faz gerar uma gama de cores capaz de causar naquele que observa suas imagens, uma sensação de familiaridade e estranhamento”, escreveu o crítico Tadeu Chiarelli a respeito da obra do fotógrafo Luiz Braga, conhecido por retratar paisagens na cidade em que nasceu, Belém do Pará.

“Há anos o artista aprofunda essa indagação sobre a imagem fotográfica, enfatizando sua construção postiça”, completou o crítico. “Num primeiro momento são notáveis seus esforços nesse sentido, a partir da realização de recortes drásticos nos objetos a serem fotografados, reduzindo-os a formas “puras” e descontextualizadas que enfatizam a lógica interior do enquadramento escolhido, dele retirando os elementos mais notórios do seu tempo e lugar”.

Quando aderiu à fotografia digital, Braga passou a fazer pequenas deturpações nos retratos. “Ficaram conhecidas as imagens que Braga produziu usando livremente o procedimento nightvision, transformando, sobretudo a paisagem do Pará, em cenas gélidas e paralisadas no tempo – paródias mais do que irônicas à busca incessante do “very typical”, com o qual muitos fotógrafos ainda querem adjetivar suas produções relativas a um Brasil profundo e de tudo destituído”, resumiu Chiarelli.

Onde: Galeria Leme/AD, Avenida Valdemar Ferreira, 130, São Paulo, (11) 3814 8184. Até 28 de setembro.

Interiores, retratos (e paisagens), de Luiz Braga

Interiores, retratos (e paisagens), de Luiz Braga (Luiz Braga/Divulgação)

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