São Paulo - Na
cozinha, a soma de um mais um nem sempre é dois. Pode ser três, quatro... Os nutrientes dos
alimentos interagem entre si, melhorando ou dificultando a absorção pelo organismo. Para fazer o corpo extrair tudo o que é bom da comida, aprenda a fazer combinações. Por exemplo: as
vitaminas A, D, E e K precisam de gordura para ser absorvidas - a função do azeite de oliva não é só deixar a salada mais saborosa. Lembre-se disso quando estiver diante de um prato de agrião (A), brócolis (E) e alface (K).
Não que as nossas avós já não soubessem disso instintivamente. Arroz e feijão, por exemplo, é prato padrão do Brasil há gerações. E não é que, cientificamente, a coisa faz todo o sentido? Um aminoácido presente no arroz e o outro no feijão dão à luz uma proteína específica. Separados, eles não formam a tal proteína. Um mais um igual a três. Outra combinação tradicional com o carimbo da ciência é a de tomate com azeite: nosso extravirgem amigo ativa um antioxidante presente no vegetal. Também existem os ingredientes de "redução de danos". Carne, por exemplo, vem com um defeito de fábrica: quanto mais ela for aquecida, mais libera componentes que aumentam a oxidação das células - ou seja: causa pequenos danos ao DNA, o que acelera o processo de envelhecimento. Mas uma combinação simples ajuda a mitigar esse efeito, olha só. O alecrim, quando aquecido, libera um ácido que bloqueia a oxidação. Mas nem tudo são couve-flores no mundo das combinações. Matar a refeição com café, por exemplo, pode não ser a melhor opção se você for vegetariano. É que a cafeína dificulta a absorção do ferro presente em vegetais de folhas escuras - um nutriente que vale ouro para quem não come carne vermelha. Mas não precisa passar a tarde com sono depois: depois de meia horinha já dá pra tomar seu espresso de consciência limpa.