9 fatos marcantes sobre a vida de Leonard Nimoy
O cinema e a TV perderam um de seus grandes nomes nesta sexta-feira. Eternizado no papel do vulcaniano Spock, o norte-americano Leonard Nimoy faleceu aos 83 anos...
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2015 às 08h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h43.
O cinema e a TV perderam um de seus grandes nomes nesta sexta-feira. Eternizado no papel do vulcaniano Spock, o norte-americano Leonard Nimoy faleceu aos 83 anos por complicações de uma doença pulmonar. Sua carreira foi definitivamente marcada pela atuação em Star Trek, onde incorporou um dos personagens mais célebres da série e dos filmes, mas também não se resumiu a isso. O ator era também músico, poeta, fotógrafo, diretor e dublador, tendo seu nome em diversas outras obras além da ficção científica. Conheça um pouco mais sobre a vida e este outro lado de Nimoy a seguir.
Nimoy não foi apenas o responsável por interpretar Spock de 1966 a 2013. Como lembrou o New York Times (NYT) em seu obituário, o ator também criou a saudação vulcaniana clássica, de dedos separados. A inspiração veio de sua criação religiosa, e o sinal com as mãos é baseado no gesto judeu de Nesiat Kapayim, ou Benção Sacerdotal.
Além de ator, Nimoy foi também músico e lançou cinco álbuns de estúdio. O primeiro foi Leonard Nimoy Presents Mr. Spocks Music From Outer Space, de 1967, que é basicamente uma leitura acompanhada do sons instrumentais uma linha que ele segue em algumas faixas dos discos seguintes. É no segundo, aliás, Two Sides of Leonard Nimoy, que está a música The Ballad of Bilbo Baggins, que faz referência ao Bilbo do Senhor dos Anéis.
Como poeta, Nimoy lançou sete livros entre 1973 e 2002. Como escritor, por sua vez, fez duas autobiografias, uma chamada I Am Not Spock, de 1975, (Eu Não Sou Spock, em tradução livre) e outra batizada de I Am Spock (Eu Sou Spock), de 1995. O primeiro livro ganhou o título graças a uma história curiosa: segundo o NYT, uma mãe o apresentou como Spock à filha que não acreditou muito. O fato virou nome de um capítulo e, depois, do próprio livro, que não foi muito bem recebido pelos fãs para eles, o título indicava que Nimoy não gostava de interpretar o tão adorado Spock. A segunda biografia veio para consertar o erro.
Nos dois últimos filmes de Star Trek, lançados entre 2009 e 2013, foi Zachary Quinto quem assumiu o personagem eternizado por Nimoy. Mas o velho ator não foi deixado de lado por J.J. Abrams, que o colocou no papel de um Spock paralelo nos dois longas-metragens, fazendo-o contracenar com seu sucessor. E estas não foram as únicas vezes em que Quinto e Nimoy apareceram juntos nas telas. Em 2013, um comercial da Audi colocou os dois lado a lado, disputando partidas de xadrez e depois de golfe. O mais novo pilota um carro todo tecnológico da marca, que remete à Enterprise, enquanto o mais velho fica com uma Mercedes caída, que dirige enquanto cantarola The Ballad of Bilbo Baggins. Quinto, aliás, homenageou seu antecessor e amigo no Instagram: Meu coração está partido. Eu o amo profundamente, meu querido amigo. E sentirei saudades todos os dias. Que revoadas de anjos cantem para ti em teu descanso.
A carreira de Nimoy fora de Star Trek não foi das mais marcantes, mas teve seus momentos. Como dublador, o norte-americano participou da animação Atlantis: O Reino Perdido, da Disney, por exemplo. Enquanto atuava na franquia que o eternizou, também esteve na ficção Os Invasores de Corpos, de 1978, que mostrava alienígenas tomando o lugar dos seres humanos. Ainda dublou um boneco dele mesmo em um episódio de The Big Bang Theory, participou de 11 episódios de Fringe (provavelmente seu primeiro contato com J.J. Abrams) e curiosamente dirigiu a comédia fanfarrona Três Solteirões e Um Bebê, de 1987.
Fora da TV e dos cinemas, o amigo de William Shatner também emprestou a voz a duas séries consagradas de videogames. Em Civilization IV, ele era a voz que lia as descrições das muitas tecnologias disponíveis para as civilizações. Já em Kingdom Hearts Birth By Sleep (PSP) e Kingdom Hearts 3D: Dream Drop Distance (3DS), ele fez a voz do Mestre Xehanort.
De 1994 a 1997, o ator de Star Trek ficou responsável por narrar a série de documentários Ancient Mysteries. O seriado tratava de mistérios não resolvidos pela humanidade, como o do lendário e nunca encontrado Pé Grande, ou Big Foot.
A doença pulmonar que matou Nimoy foi provocada por cigarros, que ele abandonou há 30 anos, mas cujos efeitos o prejudicaram pelo resto da vida. No Twitter, já mais velho, o ator frequentemente escrevia mensagens anti-tabagismo, incentivando seus fãs a não fumar como ele um dia fez. Cigarros comuns e cigarros eletrônicos não escapavam das críticas do artista, como dá para ver neste tweet, que diz: Agora eles querem vender substitutos do cigarro para inalar. Não caia nessa. Viciantes e perigosos, apenas diga não e LLAP. A sigla, aliás, quer dizer live long and prosper, ou vida longa e próspera, e era usada em todos os tweets dele.
Depois de já atuar por anos, Nimoy conseguiu um mestrado em espanhol pela Universidade Antioch em Austin, no Texas, quando já tinha passado dos 40. Antes, em 1953, tentara sem sucesso ter aulas de teatro no Boston College e ainda estudou fotografia na Universidade da Califórnia o ator lançou três livros de fotos entre 2005 e 2010, por sinal. Posteriormente, ainda obteve um doutorado honorário em letras pela Universidade de Boston.