Você sabe resolver esta questão de português para concurso?
Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional, comenta uma questão de português de concurso público do Tribunal de Justiça
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 14h22.
*Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
Devido ao momento de incertezas econômicas no Brasil, muitos profissionais começam a pensar na estabilidade dos concursos públicos.
A quem vai ingressar nesse interessante mundo fica uma dica: tenha o hábito de estudar os aspectos normativos de nossa Língua Portuguesa.
Neste ano, em mais um concurso do Tribunal de Justiça, a banca VUNESP trouxe a seguinte questão:
Assinale a alternativa em que o pronome destacado está empregado de acordo com a norma-padrão.
(A) O mundo conhece a paz graças aos povos, governos, classes sociais e indivíduos, cuja luta a garante.
(B) O direito é uma força viva, onde os homens batalham incessantemente para manter.
(C) A Justiça tem numa das mãos uma balança, cuja representa a garantia de que o direito será pesado, ponderado.
(D) A luta garante a conquista dos direitos da humanidade, o qual os princípios mais importantes dela foram atacados.
(E) Há milhares de indivíduos onde a sua vida se desenvolve tranquilamente e sem obstáculos.
Mesmo que o candidato não tenha tanta intimidade com as regras, é fundamental saber que o pronome relativo “onde” só pode fazer referência a lugar, localidade. Assim sendo, diante da escolha de uma alternativa, já se eliminam as opções B e E (com os termos anteriores não locativos).
Nas opções C e D, os relativos “cuja” e “o qual”, além da ideia incoerente, não estabelecem os princípios de concordância e referência exigidos.
A resposta correta, pois, é a letra A – com o bom uso do relativo “cuja”, entre nomes, estabelecendo a ideia de posse entre o posposto e o anteposto.
Diante da questão de concurso e no intuito de ressaltar o bom uso do relativo locativo “onde”, brindo este momento com um trecho da belíssima obra O Primo Basílio, do escritor português Eça de Queirós:
“Deve chegar por estes dias a Lisboa, vindo de Bordéus, o Sr. Basílio de Brito, bem conhecido da nossa sociedade. A sua Excelência que, como é sabido, tinha partido para o Brasil, onde se diz reconstituíra a sua fortuna com um honrado trabalho, anda viajando pela Europa desde o começo do ano passado. A sua volta à capital é um verdadeiro júbilo para os amigos da sua Excelência que são numerosos. ”
Em ratificação à norma gramatical, vejamos que, logo após citar o Brasil, o benquisto escritor usa o relativo “onde” – com a correta referência ao lugar.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Instagram!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
*Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
Devido ao momento de incertezas econômicas no Brasil, muitos profissionais começam a pensar na estabilidade dos concursos públicos.
A quem vai ingressar nesse interessante mundo fica uma dica: tenha o hábito de estudar os aspectos normativos de nossa Língua Portuguesa.
Neste ano, em mais um concurso do Tribunal de Justiça, a banca VUNESP trouxe a seguinte questão:
Assinale a alternativa em que o pronome destacado está empregado de acordo com a norma-padrão.
(A) O mundo conhece a paz graças aos povos, governos, classes sociais e indivíduos, cuja luta a garante.
(B) O direito é uma força viva, onde os homens batalham incessantemente para manter.
(C) A Justiça tem numa das mãos uma balança, cuja representa a garantia de que o direito será pesado, ponderado.
(D) A luta garante a conquista dos direitos da humanidade, o qual os princípios mais importantes dela foram atacados.
(E) Há milhares de indivíduos onde a sua vida se desenvolve tranquilamente e sem obstáculos.
Mesmo que o candidato não tenha tanta intimidade com as regras, é fundamental saber que o pronome relativo “onde” só pode fazer referência a lugar, localidade. Assim sendo, diante da escolha de uma alternativa, já se eliminam as opções B e E (com os termos anteriores não locativos).
Nas opções C e D, os relativos “cuja” e “o qual”, além da ideia incoerente, não estabelecem os princípios de concordância e referência exigidos.
A resposta correta, pois, é a letra A – com o bom uso do relativo “cuja”, entre nomes, estabelecendo a ideia de posse entre o posposto e o anteposto.
Diante da questão de concurso e no intuito de ressaltar o bom uso do relativo locativo “onde”, brindo este momento com um trecho da belíssima obra O Primo Basílio, do escritor português Eça de Queirós:
“Deve chegar por estes dias a Lisboa, vindo de Bordéus, o Sr. Basílio de Brito, bem conhecido da nossa sociedade. A sua Excelência que, como é sabido, tinha partido para o Brasil, onde se diz reconstituíra a sua fortuna com um honrado trabalho, anda viajando pela Europa desde o começo do ano passado. A sua volta à capital é um verdadeiro júbilo para os amigos da sua Excelência que são numerosos. ”
Em ratificação à norma gramatical, vejamos que, logo após citar o Brasil, o benquisto escritor usa o relativo “onde” – com a correta referência ao lugar.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Instagram!