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Você conjuga o verbo lembrar do jeito certo? Confira

Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa Damásio Educacional, mostra as possibilidades de regência do verbo lembrar

Lembrar: se houver a preposição, deve haver o pronome (Montagem/VOCÊ S/A)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2015 às 14h46.

* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional

Que fica da vida além das lembranças? São elas motivo, como diz Roberto, das tantas emoções.

O verbo lembrar, do latim “memorare”, comum em questões sobre regência verbal, possui três básicas possibilidades em acordo à língua-padrão:

Lembrei os melhores momentos da minha infância.

ou

Lembrei-me dos melhores momentos da minha infância.

ou

Lembraram-me os melhores momentos da minha infância.

Esta última construção (apesar de pouco comum no uso) possui a “coisa lembrada” como sujeito, tem o sentido de vir à memória. Em outras palavras: os melhores momentos da minha infância vieram à memória.

Além disso, para ratificação da norma gramatical, evitemos construção como: “Lembrei dos melhores momentos.” Se houver a preposição, deve haver o pronome. Lembrei-me de algo.

Ao redigir este texto, também penso: de que vou me lembrar da vida? Lembro-me da lancheira, no recreio da escola. Lembro-me do abraço da vovó. Das brincadeiras com os primos, dos chocolates no ovo de Páscoa.

Aquela boa lembrança da música clichê, que me emocionava.

Lembro-me do primeiro beijo na boca, tão escondido quanto o meu amanhã.

Lembro-me de quando não via a malandragem das metáforas, pois rolava o riso solto com qualquer palavra repetida.

Lembro-me das broncas que eram bobas, mas ensinavam-me muito. Do tempo que demorava a passar e, assim sendo, inventava idades; engrossava voz; pintava bigode.

Lembro-me de todos aqueles lugares que pareciam gigantescos e, hoje, são apenas lugares com começo-meio-fim.

Das esperanças de ser o melhor do mundo no "iô-iô" da promoção da tampinha do refrigerante. Dos enormes silêncios quando via alguém falecer, porque não cria na finitude da vida.

Daí, a emoção de saber que a memória é a maneira de regressar ao sentimento da conjugação: lembro-me de que, intensamente, vivi.
Um grande abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!

Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva

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* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional

Que fica da vida além das lembranças? São elas motivo, como diz Roberto, das tantas emoções.

O verbo lembrar, do latim “memorare”, comum em questões sobre regência verbal, possui três básicas possibilidades em acordo à língua-padrão:

Lembrei os melhores momentos da minha infância.

ou

Lembrei-me dos melhores momentos da minha infância.

ou

Lembraram-me os melhores momentos da minha infância.

Esta última construção (apesar de pouco comum no uso) possui a “coisa lembrada” como sujeito, tem o sentido de vir à memória. Em outras palavras: os melhores momentos da minha infância vieram à memória.

Além disso, para ratificação da norma gramatical, evitemos construção como: “Lembrei dos melhores momentos.” Se houver a preposição, deve haver o pronome. Lembrei-me de algo.

Ao redigir este texto, também penso: de que vou me lembrar da vida? Lembro-me da lancheira, no recreio da escola. Lembro-me do abraço da vovó. Das brincadeiras com os primos, dos chocolates no ovo de Páscoa.

Aquela boa lembrança da música clichê, que me emocionava.

Lembro-me do primeiro beijo na boca, tão escondido quanto o meu amanhã.

Lembro-me de quando não via a malandragem das metáforas, pois rolava o riso solto com qualquer palavra repetida.

Lembro-me das broncas que eram bobas, mas ensinavam-me muito. Do tempo que demorava a passar e, assim sendo, inventava idades; engrossava voz; pintava bigode.

Lembro-me de todos aqueles lugares que pareciam gigantescos e, hoje, são apenas lugares com começo-meio-fim.

Das esperanças de ser o melhor do mundo no "iô-iô" da promoção da tampinha do refrigerante. Dos enormes silêncios quando via alguém falecer, porque não cria na finitude da vida.

Daí, a emoção de saber que a memória é a maneira de regressar ao sentimento da conjugação: lembro-me de que, intensamente, vivi.
Um grande abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!

Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Acompanhe tudo sobre:Dicas de PortuguêsGramática

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