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Vai ser preciso atualizar pacote de benefícios das empresas

A maior longevidade e o aumento do poder aquisitivo elevam o interesse dos brasileiros por previdência privada, planos de saúde familiar e planejamento financeiro

Lismary Vicente, da HP: após a consultoria financeira recebida da empresa, ela decidiu se mudar para Vinhedo para economizar e ganhar mais qualidade de vida (Ricardo Benichio / VOCÊ S/A)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 19h31.

São Paulo - As empresas brasileiras vão precisar rever seus pacotes de benefícios se quiserem continuar retendo os melhores profssionais. Isso porque tem havido uma mudança nas prioridades dos trabalhadores, cuja demanda por benefícios relacionados a saúde, aposentadoria e planejamento financeiro tem crescido.

A conclusão é de um amplo estudo sobre o tema, conduzido pela Metlife , consultoria especializada em benefícios, na América Latina. só no Brasil, 500 empregados e 250 empresas foram ouvidos. Essa mudança é explicada, em grande parte, pelas transformações na pirâmide demográfca brasileira.

Desde 1980, a expectativa de vida dos brasileiros foi estendida em 11 anos, segundo dados do IBGE , e a tendência é que o país passe a ter mais idosos do que pessoas em idade economicamente ativa. Esse cenário faz com que os profissionais comecem a se preocupar mais com o futuro.

De acordo com a pesquisa da Metlife, dois terços dos brasileiros se preocupam em ter dinheiro suficiente para cuidar dos pais e dos sogros. "Esse aumento na expectativa de vida gera uma demanda maior por previdência privada e benefícios de saúde", diz Maria Morris, vice-presidente executiva de benefícios da companhia.

Ter um bom plano de saúde, aliás, é uma preocupação para 84% dos brasileiros, dado compreensível em um país em que a saúde pública é problemática e onde os tratamentos médicos particulares são dispendiosos demais.

Por tudo isso, a tendência para a área de bem-estar, segundo a Metlife, é as empresas investirem na concessão de planos de saúde extensivos a flhos e pais do trabalhador); jornadas de trabalho flexíveis, que proporcionem aos profissionais mais tempo para cuidar da família; e até planos que incluam cuidadores de idosos.


Finanças em dia

A maior expectativa de vida também gera preocupações financeiras. Segundo o estudo, metade dos entrevistados afirma que não quer se tornar um problema para sua família quando se aposentar. Quase 40% dizem que agora têm um plano privado de aposentadoria, aumento de 17 pontos em relação a 2011.

"Os profissionais estão percebendo que precisam ter um seguro para o futuro e que não podem depender apenas do governo para isso. E as empresas veem o benefício como mais uma maneira de atrair e reter profssionais, já que o saque não pode ser feito, em média, antes de cinco anos de vínculo com a empresa", diz Juliano Ballarotti, diretor da Hays, empresa global de recrutamento.

Na International Paper , a gerente de sustentabilidade e responsabilidade social, Lizzi Colla, de 28 anos, aderiu à previdência privada quando ainda era trainee. "Quero ter uma aposentadoria com qualidade de vida, então me pareceu natural investir em previdência privada logo de cara", diz ela.

Paralelamente, o aumento do poder aquisitivo da população e do acesso ao crédito tem feito crescer entre os profissionais o interesse por ferramentas de planejamento financeiro que os ajudem a ficar no azul. Sete entre dez funcionários brasileiros dizem estar extremamente preocupados com sua capacidade de pagar as contas durante uma perda de renda inesperada, cinco pontos acima do verifcado há dois anos.

Ciente disso, a HP , em presa de tecnologia, oferece a seus empregados um amplo programa de suporte e consultoria financeira, jurídica e acompanhamento psicológico. Há palestras sobre organização das contas pessoais, e a empresa disponibiliza um especialista em fnanças para cuidar dos casos dos interessados.

"Um funcionário sem preocupações financeiras é mais produtivo e feliz", diz Claudia Giusti, gerente de remuneração e benefícios da HP no Brasil. Quem tira bom proveito do benefício é Lismary Vicente da Silva, de 38 anos, gerente de serviços da HP. Quando teve sua primeira filha, em 2010, as despesas começaram a aumentar e ela pediu auxílio a um dos especialistas em finanças parceiros
da HP.

Graças às orientações recebidas, Lismary e o marido conseguiram economizar, em média, 10% ao mês para criar uma poupança para emergências e investir em fundos como LCI e CDB. A ajuda também foi importante para uma decisão pessoal: vender o apartamento em São Paulo e comprar um imóvel em Vinhedo, mais perto de Barueri, onde fica a planta da HP em que Lismary trabalha.


"Colocamos todos os gastos com transporte e escola de minhas filhas no papel e percebemos que o custo de vida seria bem mais baixo no interior" diz ela.

Os dados da pesquisa da MetLife mostram que as empresas que estiverem atentas às mudanças nas necessidades e prioridades dos trabalhadores serão recompensadas com melhores resultados no desempenho de suas equipes. De fato, 85% dos entrevistados afrmaram que um bom pacote de benefícios influencia positivamente a própria performance.

"Empresas que reveem suas políticas e criam benefícios customizados para seus funcionários saem na frente do mercado", diz Juliano Ballarotti, da Hays.

As tendências em benefícios

Veja o que as empresas devem passar a oferecer com maior frequência aos funcionários

Planos de Previdência Privada: As empresas que ainda não têm deverão aderir.

Planos de saúde customizados: As companhias vão procurar entender as necessidades dos funcionários — se são seniores e desejam planos de saúde de alto nível ou se são jovens que preferem planos flexíveis.  Planos familiares e com cuidadores de idosos devem ficar mais frequentes.

Programas de Planejamento Financeiro: Os empregadores começam a oferecer planos que auxiliam na organização das despesas e na orientação sobre como investir.

Jornadas Flexíveis: O trânsito, o envelhecimento da população (que exige dos profissionais cuidar dos pais, além das crianças) e a demanda da geração Y por trabalhar em casa levarão as empresas a oferecer home office e horários flexíveis.

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São Paulo - As empresas brasileiras vão precisar rever seus pacotes de benefícios se quiserem continuar retendo os melhores profssionais. Isso porque tem havido uma mudança nas prioridades dos trabalhadores, cuja demanda por benefícios relacionados a saúde, aposentadoria e planejamento financeiro tem crescido.

A conclusão é de um amplo estudo sobre o tema, conduzido pela Metlife , consultoria especializada em benefícios, na América Latina. só no Brasil, 500 empregados e 250 empresas foram ouvidos. Essa mudança é explicada, em grande parte, pelas transformações na pirâmide demográfca brasileira.

Desde 1980, a expectativa de vida dos brasileiros foi estendida em 11 anos, segundo dados do IBGE , e a tendência é que o país passe a ter mais idosos do que pessoas em idade economicamente ativa. Esse cenário faz com que os profissionais comecem a se preocupar mais com o futuro.

De acordo com a pesquisa da Metlife, dois terços dos brasileiros se preocupam em ter dinheiro suficiente para cuidar dos pais e dos sogros. "Esse aumento na expectativa de vida gera uma demanda maior por previdência privada e benefícios de saúde", diz Maria Morris, vice-presidente executiva de benefícios da companhia.

Ter um bom plano de saúde, aliás, é uma preocupação para 84% dos brasileiros, dado compreensível em um país em que a saúde pública é problemática e onde os tratamentos médicos particulares são dispendiosos demais.

Por tudo isso, a tendência para a área de bem-estar, segundo a Metlife, é as empresas investirem na concessão de planos de saúde extensivos a flhos e pais do trabalhador); jornadas de trabalho flexíveis, que proporcionem aos profissionais mais tempo para cuidar da família; e até planos que incluam cuidadores de idosos.


Finanças em dia

A maior expectativa de vida também gera preocupações financeiras. Segundo o estudo, metade dos entrevistados afirma que não quer se tornar um problema para sua família quando se aposentar. Quase 40% dizem que agora têm um plano privado de aposentadoria, aumento de 17 pontos em relação a 2011.

"Os profissionais estão percebendo que precisam ter um seguro para o futuro e que não podem depender apenas do governo para isso. E as empresas veem o benefício como mais uma maneira de atrair e reter profssionais, já que o saque não pode ser feito, em média, antes de cinco anos de vínculo com a empresa", diz Juliano Ballarotti, diretor da Hays, empresa global de recrutamento.

Na International Paper , a gerente de sustentabilidade e responsabilidade social, Lizzi Colla, de 28 anos, aderiu à previdência privada quando ainda era trainee. "Quero ter uma aposentadoria com qualidade de vida, então me pareceu natural investir em previdência privada logo de cara", diz ela.

Paralelamente, o aumento do poder aquisitivo da população e do acesso ao crédito tem feito crescer entre os profissionais o interesse por ferramentas de planejamento financeiro que os ajudem a ficar no azul. Sete entre dez funcionários brasileiros dizem estar extremamente preocupados com sua capacidade de pagar as contas durante uma perda de renda inesperada, cinco pontos acima do verifcado há dois anos.

Ciente disso, a HP , em presa de tecnologia, oferece a seus empregados um amplo programa de suporte e consultoria financeira, jurídica e acompanhamento psicológico. Há palestras sobre organização das contas pessoais, e a empresa disponibiliza um especialista em fnanças para cuidar dos casos dos interessados.

"Um funcionário sem preocupações financeiras é mais produtivo e feliz", diz Claudia Giusti, gerente de remuneração e benefícios da HP no Brasil. Quem tira bom proveito do benefício é Lismary Vicente da Silva, de 38 anos, gerente de serviços da HP. Quando teve sua primeira filha, em 2010, as despesas começaram a aumentar e ela pediu auxílio a um dos especialistas em finanças parceiros
da HP.

Graças às orientações recebidas, Lismary e o marido conseguiram economizar, em média, 10% ao mês para criar uma poupança para emergências e investir em fundos como LCI e CDB. A ajuda também foi importante para uma decisão pessoal: vender o apartamento em São Paulo e comprar um imóvel em Vinhedo, mais perto de Barueri, onde fica a planta da HP em que Lismary trabalha.


"Colocamos todos os gastos com transporte e escola de minhas filhas no papel e percebemos que o custo de vida seria bem mais baixo no interior" diz ela.

Os dados da pesquisa da MetLife mostram que as empresas que estiverem atentas às mudanças nas necessidades e prioridades dos trabalhadores serão recompensadas com melhores resultados no desempenho de suas equipes. De fato, 85% dos entrevistados afrmaram que um bom pacote de benefícios influencia positivamente a própria performance.

"Empresas que reveem suas políticas e criam benefícios customizados para seus funcionários saem na frente do mercado", diz Juliano Ballarotti, da Hays.

As tendências em benefícios

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Planos de Previdência Privada: As empresas que ainda não têm deverão aderir.

Planos de saúde customizados: As companhias vão procurar entender as necessidades dos funcionários — se são seniores e desejam planos de saúde de alto nível ou se são jovens que preferem planos flexíveis.  Planos familiares e com cuidadores de idosos devem ficar mais frequentes.

Programas de Planejamento Financeiro: Os empregadores começam a oferecer planos que auxiliam na organização das despesas e na orientação sobre como investir.

Jornadas Flexíveis: O trânsito, o envelhecimento da população (que exige dos profissionais cuidar dos pais, além das crianças) e a demanda da geração Y por trabalhar em casa levarão as empresas a oferecer home office e horários flexíveis.

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