Quem o BTG Pactual recruta para formar sua nova geração de profissionais
Mateus Carneiro, sócio responsável pelo RH do BTG Pactual, explica como é o perfil profissional que eles procuram
Camila Pati
Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 14h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 11h57.
São Paulo - Terminam nesta quarta-feira, 6, as inscrições para o Programa Próxima Geração do BTG Pactual, voltado par atrair recém-formados para os escritórios do banco de investimentos em São Paulo e Rio de Janeiro.
O programa é aberto para quem tem graduação completa entre julho de 2016 e julho de 2019 em cursos como administração, matemática, engenharias, ciências exatas e também direito, entre outros.
Embora o público-alvo seja semelhante ao de um programa de trainee, Mateus Carneiro, sócio responsável pela área de recursos humanos do BTG diz que a iniciativa do banco é diferente e por isso baniu o termo trainee do organograma. “A gente preferiu abandonar o nome porque trazia muito a ideia de um modelo de programa que outras empresas fazem, com rotações e outras características que são diferentes do que a gente adota aqui”, diz.
Quem é selecionado para o programa Próxima Geração não recebe a promessa de cargo de gerência nem fica passando por diferentes áreas do negócio, como acontece em muitos trainees do mercado. “O jovem aqui já entra com funcionário e no nosso caso é aberto: se for bem pode ter uma promoção”, diz Carneiro.
O acesso à liderança do banco e o desenvolvimento técnico são os principais destaques do programa. Os selecionados participam de treinamento com 18 módulos dado pelos sócios do banco, sobre temas como: evaluation, renda fixa, renda variável, derivativos, risco de crédito, crédito estruturado, entre outras.
Responsável pelo departamento de recursos humanos há três anos, o sócio do BTG Pactual começou como estagiário e tem 22 anos de casa. Ele recebeu a reportagem de EXAME, no escritório de São Paulo do banco. Durante a conversa, Mateus Carneiro falou sobre a cultura do banco que é o que dita o perfil buscado pelo programa. Ele também contou como é a estratégia geral de recrutamento de jovens em começo de carreira:
Uma startup de 35 anos
“Nossa história é uma história de empreendedorismo e de transformação e de inovação desde lá do início. O banco começou como Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), há 35 anos e foi evoluindo. A gente não teve - salvo um momento curto da nossa história - um grande acionista ou empresa por trás. Afinal de contas, a gente foi uma startup que virou um negócio muito maior. Se você pegar as DTVMs que surgiram naquele momento, elas não se tornaram o que o BTG Pactual se tornou. Isso é um sinônimo obviamente de empreendedorismo e uma história de sucesso.”
Cabeça empreendedora
“A diferença está no tamanho e está no fato de a gente já tem uma estrutura, já passou por 35 anos, mas a forma como a gente quer viver aqui dentro, a forma como a gente toca o nosso negócio não é muito diferente da cabeça empreendedora de quem está numa fintech”.
Proximidade com tecnologia
“Hoje em dia, o peso da tecnologia para inovar é muito maior Muitas das nossas iniciativas ligadas a recrutamento ou desenvolvimento tiveram um reforço no que diz respeito seja à atração de talentos diretamente ligados à tecnologia. Tem aqueles que a gente precisa que sejam experts em tecnologia e tem aqueles que não precisam ser experts mas precisam ter isso em mente. Isso hoje é importante de uma forma geral para todas as áreas.”
O que é talento
“É uma combinação entre a parte técnica, capacitação, mas também diz respeito à motivação, à aspiração e à dedicação. A gente acredita que não adianta trazer a pessoa com QI nota mil que não é suficiente. Precisa ter atitude, precisa ter postura, precisa também ter capacidade de desenvolver competências socioemocionais”, diz.
Fora do eixo do Rio São Paulo
“Temos procurado atrair talentos de fora do eixo Rio São Paulo. Existem desafios em termos de logística, mas para a gente é algo que tem muito valor. Temos algumas iniciativas para facilitar a entrada e a gente conhecer esses talentos. Abrimos estágio de férias e tivemos alguns alunos do Sul e de Minas Gerais, além de São Paulo”.
Desmistificação da imagem de competitividade agressiva 1
“O mercado financeiro ainda intimida um pouco alguns jovens. Acho que essa aura afeta um universo de talentos que tem bastante valor que são as mulheres. A gente identificou oportunidades de fazer com alunas universitárias um esforço mais dedicado para desmitificar isso. A gente também tem sócias aqui no banco, mulheres que trabalham aqui há anos e anos”
Desmistificação da imagem de competitividade agressiva 2
“Você vai encontrar aqui pessoas com muito tempo de casa, as pessoas ficam aqui muito tempo. 0 que a gente tem é um conjunto de pessoas de alta capacitação, motivação, vontade fazer de construir de se superar e um ambiente bastante aberto”.
Desmistificação da imagem de competitividade agressiva 3
“Sinceramente eu acho que todo mercado é competitivo, todas as empresas vão ser de alguma forma, no jornalismo é assim, em qualquer setor você vai ter um grau de competitividade, a questão que fica é como a companhia trata isso. A competitividade é em troca de quê? De sobrevivência ou de crescimento?”
O que significa o modelo de partnership mertocrático
“O interesse econômico do grupo é detido por sócios que trabalham aqui. O banco não é uma corporação que tenha a propriedade diluída na Bolsa, não é de um sócio capitalista sentado fora daqui. São sócios que fazem parte do partnership. É um grupo de mais de duzentos sócios, que detém a maior parte do equity. A participação que os sócios têm é o mais representativo dentro do patrimônio deles, não é que eles têm outros negócios e o banco é só mais um desses negócios. É dedicação integral”.
Cultura meritocrática para todos
“Ninguém entra ou deixa de ser sócio ou cresce ou regride no partnership por uma questão de tempo, hierarquia ou regra, é uma questão de meritocracia. É por entrega, é por dedicação, é por qualidade, é por resultado. Por isso inclusive que você tem uma nova geração de sócios e isso acaba permeando a cultura de toda a instituição. Se fosse sempre o mesmo grupo de sócios para sempre isso não permearia toda a instituição. ”